“A gente queria chegar no ponto em que o personagem estaria pronto para cantar essa música, mas para isso precisávamos acreditar que ela pertencia a ele”, explica Paul King. “Nosso filme é ambientado 25 anos antes da versão com Gene Wilder. Foi Timothée Chalamet quem preencheu esse hiato e criou uma versão do personagem que no fim merece ser o novo dono do tema clássico.”
No processo de criar essa versão de Willy Wonka com Chalamet, o diretor contou com o ineditismo dessa versão do personagem. “Colocamos várias referências à versão de Wilder, mas Tim buscou seu próprio ritmo”, continua o diretor. “Ele enxergou alguém totalmente altruísta e puro, mas também levemente malicioso e impaciente.” O estilo de Chalamet, por vezes impulsivo, foi perfeito para a intenção do diretor: “Sua mente parece estar sempre a mil por hora, e se não estava ele finge muito bem”.
Segurança apaixonado
É seguro afirmar que o objetivo de fazer de “Wonka” a sessão dupla perfeita com “A Fantástica Fábrica de Chocolate” foi atingido. Ainda assim, um quarto de século separam as duas histórias, e quando a cultura pop contemporânea é dominada por marcas e produtos que nunca saem da prateleira, é inevitável imaginar se os personagens de Roald Dahl poderiam se sujeitar a esse tipo de continuidade sem perder a integridade.
“Nosso filme tem um começo, meio e fim, mas tomamos a decisão consciente de não levar Wonka até a Fábrica de Chocolate”, explica King, já ressaltando a boa vontade do estúdio, a camaradagem do elenco e o currículo do produtor David Heyman, que além do sucesso com a série “Harry Potter” emplacou este ano um pequeno filme chamado “Barbie”. “Existe um vislumbre do futuro e sabemos, por tudo que é dito no livro, que as aventuras de Wonka não terminam ali.”
Não só as de Willy Wonka, mas de uma coleção de personagens, presentes e futuros, que enriquecem este mundo lapidado para nos encantar. Quando brinco que talvez exista espaço para mais histórias com Basílio, o segurança, Simon Farnaby não perde a piada: “Você foi um dos poucos que entendeu que este filme é sobre um guarda que se apaixona e a solidão de seu trabalho”. Paul King, ligeiro, completa: “Ele tem uma série inteira de 27 episódios no Max, que a gente já devia estar promovendo!”