As décadas de 1970, 1980 e 1990 foram mucho locas. Havia um total descontrole sobre classificação indicativa e o tipo de conteúdo que poderia ser exibido na tv aberta, por exemplo. Isso não só no Brasil, mas no mundo todo, o que acabou possibilitando que muitas crianças e adolescentes tivessem acesso a conteúdos mais adultos ainda durante a terna idade, fosse através de revistas, de prateleiras nas locadoras ou apenas zapeando de madrugada na tv. Em determinadas cidades, isso era até algo estimulado, para demarcar a adulteza do jovem, em especial nos rapazes/meninos. Entre encorajamentos, estímulos e muito privilégio, surgiu o ator Nacho Vidal, um dos mais famosos do ramo da pornografia na Espanha, cuja história foi agora transformada em série homônima lançada pela plataforma da Lionsgate+.
Nacho (Martiño Rivas) nasceu em um berço privilegiado. Filho homem de pais ricos que viviam em uma fazenda no campo, desde pequeno demonstrou interesse pelos prazeres carnais, fosse observando a procriação animal, fosse tocando as mulheres ao seu redor. Tendo crescido sem limites e sempre elogiado, Nacho eventualmente se tornou um adulto convencido de si e de suas performances sexuais, vivendo de festa em festa com seus amigos. Certo dia ele conhece Sara (María de Nati), por quem se apaixona à primeira vista. Então ele descobre que a jovem é dançarina de boate, e imediatamente esse novo mundo o fascina, de modo que Nacho e Sara passam a viver uma intensa e tórrida relação amorosa. Com o passar do tempo, Sara decide trazer Nacho para cima do palco, para, juntos, ganharem dinheiro fazendo sexo ao vivo para os pagantes da boite de Juani (Pepa Charro). Tem início, assim, a carreira de ator pornô de Nacho Vidal, cuja extensão do membro viril deixava a todos boquiabertos.
Dividida em oito episódios de cerca de cinquenta e poucos minutos cada, a série periódica terá um novo capítulo liberado por semana na plataforma da Lionsgate+, o que deve ser mesmo a melhor forma de lançá-la ao público, uma vez que seu conteúdo bem intenso pode ser em demasiado para maratonar de uma vez só.
Escrita por Flora González Villanueva com colaboração do próprio Nacho Vidal, o roteiro deixa bem evidente – com o perdão do trocadilho – o verdadeiro talento do biografado. Não são poucas as cenas de órgãos explícitos, em close, nu frontal, etc, o que, óbvio, faz o sangue pulsar mais rápido nos países baixos do corpo do espectador. A equipe de diretores de David Pinillos se dedica, com empenho, em objetificar os corpos dos protagonistas, pegando os melhores ângulos de caras e bocas para sensualizar a cena e torná-la quase palpável a que assiste, tanto na ficção quanto na vida real. Tudo que é visto, é bem visto; tudo que não é mostrado fica perfeitamente imaginável pela sequência de imagens captadas.
Se por um lado Nacho Vidal era esse garanhão excitado o tempo todo, por outro o roteiro constrói seu biografado como um sujeito bem arrogante e bruto, mas não no sentido bad boy de romance de banca; assim, embora bem produzida e do bom elenco, o protagonista em si dá uma cansada com suas falas pretensiosas, ainda que sejam condizentes com o período e, bom, até mesmo com a verdade, uma vez que o próprio homenageado colaborou com o roteiro.
‘Nacho’ é uma série que facilmente funciona para elevar a temperatura do edredon e aquecer o final de semana de quem assiste, tipo ‘Élite‘ para adultos. Faz jus à proposta, assemelhando-se bastante à cinematografia pornô, só que sem trocar de historinhas. Ideal para assistir a dois…
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