Em visita ao Brasil para divulgar The Flash, o diretor Andy Muschietti bateu um papo com o site sobre o longa.
Durante o encontro o argentino falou sobre os desafios das gravações, suas ideias para as principais cenas apresentadas no longa, a escolha do elenco e mais.
Andy Muschietti vem para o Brasil divulgar The Flash
O roteiro do longa ficou com Christina Hodson. No longa, vemos mundos colidirem em The Flash quando Barry usa seus superpoderes para viajar no tempo e mudar os eventos do passado. Mas quando tenta salvar sua família e acaba, sem querer, alterando o futuro, Barry fica preso em uma realidade na qual o General Zod está de volta, ameaçando colocar o mundo em risco, e não há super-heróis a quem recorrer.
A não ser que que Barry consiga persuadir um Batman muito diferente a sair da aposentadoria e resgatar um kryptoniano preso… mesmo que não seja exatamente quem Batman está procurando. Para salvar o mundo em que está e retornar ao futuro que conhece, a única esperança de Barry é usar seus superpoderes para salvar sua vida.
Confira tudo que o diretor comentou em sua passagem pelo Brasil.
Sobre as cenas em que Flash corre e os desafios para transportar isso para a telona.
Sobre as cenas que vemos Barry correr, onde ele primeiro faz um movimento para ganhar impulso, e depois desliza com as mãos para ganhar velocidade, Muschietti comenta sobre o trabalho que ele, e o time de produção, tiveram para fazer alguma coisa diferente das outras versões de Flash, e que vimos nos outros filmes.
O diretor comenta: “Eu decidi que nós veríamos tudo pela perspectiva de Barry. Eu queria evitar que ele corresse estranho. Eu acho isso engraçado, só que de uma maneira ruim. E isso acontece muitas vezes [em outros filmes], então eu quis evitar. “
Ele continua: “Então eu quis ir pela perspectiva de Barry. Temos algumas cenas que vemos ele [quando corre] do [ponto de vista] de fora. Mas ele é apenas um borrão, mas mesmo se a câmera estiver seguindo quando ele vai de Central City a Gotham no início do filme, você vê que ele está cobrindo uma distância enorme. Mas ele não tá correndo desengonçadamente, que me faz rir todo tempo, quando isso acontece, ele corre de maneira normal, em uma velocidade normal, mas ele percorre muito caminho.”
“Outra visão, é quando ele está na Força de Aceleração e nós estamos em sua perspectiva. Ele se movimenta bem devagar, onde tudo está meio que congelado e as coisas parecem ficarem meio molhadas.” conclui ele.
Sobre o novo uniforme
Já sobre o novo uniforme que Barry ganha no filme, e que descobrimos que foi aprimorado pelas Indústrias Wayne, o diretor comenta sobre a importância das luzes amarelas que acendem quando Barry corre por aí em suas missões.
“Os aspectos visuais disso tudo (…) temos o raio amarelo que é uma coisa que eu trouxe para este filme e que não estava presente nas outras versões anteriores de Barry, visto em outros filmes. Sempre foram azuis, mas a razão [da troca] é que agora o traje cria um tipo de movimento onde a tensão elétrica é difundida por esses canais condutores. [a energia] é filtrada pelo traje que foi feito pela Wayne Technologies. “
Sobre as cenas em que Barry viaja no tempo.
E como um filme de multiverso, The Flash não só sobre o personagem correndo por diversas linhas do tempo, Universos e tudo mais, mas também temos diversas passagens em que Barry, e o outro Barry, viajam no tempo para tentarem arrumar as coisas no passado.
Sobre o conceito de viagem no tempo, Muschietti comenta: “Eu queria [fazer] algo diferente, porque as pessoas estão muito acostumadas com o que já tivemos de viagens no tempo. Então, eu criei essa coisa que é basicamente um estádio.“
O diretor continua: “Já vimos tantos filmes com viagem no tempo e a cada vez é de uma maneira diferente. Às vezes é como se tivéssemos em um túnel. Às vezes é como vemos no longa De Volta para o Futuro, [em que] de repente estamos lá”.
E completa: “É como um estádio que gira em torno dele [Barry], mas o que temos é que em vez de termos pessoas sentadas nos assentos, temos memórias. Nossas memórias vistas do mesmo ponto de vista. Todas essas memórias são vivenciadas por Barry. É por isso que todas elas estão olhando para o centro e parecem estar congeladas no tempo, como um museu de cera, mas você pode e está em espiral descendente. Mas em um ponto, se você é o Flash, você pode parar na frente da memória e acessar.”
Sobre Nora Allen, a escalação de Maribel Verdú no papel, e a importância da mãe de Barry na jornada do personagem.
Nora Allen é a razão para Barry decida voltar no tempo para tentar salvar a mãe e realmente é um dos arcos mais interessantes do longa.
Sobre a questão, Muschietti comenta: “A primeira vez que eu apresentei a ideia do filme para o estúdio era que eu queria fazer um filme em que o cerne dele fosse o emocional e criar tramas que fossem fortes o suficiente para fazer as pessoas se conectarem emocionalmente. E também promover uma experiência real e emocionante. Eu tenho visto muitos filmes que são apenas ocos, até tem arcos emocionais neles, mas não parecem serem reais.”
“É sempre uma mensagem ou uma jornada, ou algumas coisas, tudo isso. Mas no final, é tudo uma besteira.” diz ele.
Sobre o que queria entregar com The Flash, o diretor comenta: “Eu queria criar alguma coisa que fosse muito real, e que se conectasse com a audiência, e eu tinha materiais para isso, afinal, é uma história sobre uma criança, e sua mãe, então é muito essencial. É um garoto que quer se reunir com sua mãe, e é difícil não sentir balanceado sobre isso. Mas temos que executar isso e fazer ser o mais real possível.”
“E para mim Maribel Verdú é uma atriz que eu admiro muito… e ela é da Espanha. E eu vindo da Argentina, tem alguma coisa em nossa cultura aqui na América do Sul que temos valores, como família e amizade. E isso é muito especial. Não é igual em outras partes do mundo. Então eu sabia que eu queria uma atriz como ela que conseguisse entregar esse trabalho emocional bem, no pouco tempo que ela tem tela.” diz ele.
“Claro foi uma aposta interessante por que eu não sabia se ela falava em inglês, por que ela nunca tinha feito um filme americano antes. Mas havia alguma coisa sobre o sorriso dela e o olhar. Ela tem um incrível calor humano. Então se conseguíssemos fazer acontecer, isso aconteceria.” completa.
Sobre as influências de quadrinhos no longa.
Claro que uma das grandes influências para The Flash foi o quadrinho da DC chamado Flashpoint, mas Muschietti revelou algumas outras inspirações para o longa.
“Tem um dos momentos finais do filme que me lembra bastante de El Eternauta, que é uma grande história, uma masterpiece de ficção científica. É uma história de invasão apocalipse que se passa em Buenos Aires e que tem um personagem que lida com a perda de sua família. É uma história sobre família e luto. “ diz ele.
“Pensando aqui, El Eternauta tem muitas coisas similares [com Flash]. Mas é isso.” completa.
Sobre a influência de outros trabalhos de terror em Flash.
Muschietti ganhou fama em Hollywood depois que dirigiu os dois filmes de It – A Coisa e agora assumiu a primeira vez um longa de super-herói. O diretor comenta sobre o trabalho em produções de terror e como ele trouxe isso para Flash.
“Basicamente o terror desse filme, não aquele terror gráfico. É o terror do assassinato, o terror de perder a mãe, o terror de um trauma de infância. Está tudo lá.” diz ele.
“Nós temos uma cena mais [influenciada] pelo terror que é quando o Flash sombrio pula na na nossa frente durante a sequência de terror. Então sempre há chance de fazermos um pouco de terror. Quando alguém está dormindo e acorda assustado. Não é um grande jumpscare, mas está ali. “ conclui.
No elenco temos Ezra Miller, Kiersey Clemons, Sasha Calle, Maribel Verdú, Ron Livingston e Ben Affleck.
The Flash em cartaz nos cinemas nacionais.