A farmacêutica AstraZeneca parou de fabricar a vacina contra a Covid-19, segundo informações divulgadas pelo jornal britânico The Telegraph e confirmadas pela Folha.
Em nota divulgada para a imprensa, a farmacêutica afirmou que foram desenvolvidas múltiplas vacinas contra variantes da doença e há um excedente de imunizantes atualizados disponíveis. Isso, segundo a empresa, levou a uma diminuição da procura pela AstraZeneca, que parou de ser fabricada e distribuída.
A farmacêutica diz ainda que vai trabalhar com os órgãos reguladores e parceiros para alinhar a conclusão dessa etapa de enfrentamento à pandemia.
“De acordo com estimativas independentes, mais de 6,5 milhões de vidas foram salvas só no primeiro ano de utilização e mais de três bilhões de doses foram distribuídas”, diz a nota da empresa. “O nosso trabalho foi reconhecido pelos governos de todo o mundo e é amplamente considerado como tendo sido um componente crítico para acabar com a pandemia global”.
No início do mês, a circulação de informações sobre documentos judiciais em que a farmacêutica teria admitido um efeito colateral muito raro causado pela vacina levou o Ministério da Saúde brasileiro a divulgar um comunicado sobre a segurança do imunizante.
Segundo o ministério, grupos e páginas antivacina espalharam conteúdos enganosos sobre o ocorrido.
O comunicado afirma que após o uso em massa da vacina da AstraZeneca foi identificado um “evento adverso muito raro, o que significa menos de um caso para cada 10 mil doses administradas, chamado Síndrome de Trombose com Trombocitopenia.” São casos incomuns de coagulação sanguínea associados a baixas contagens de plaquetas.
O fato, segundo o órgão federal, ocorreu em 2021, quando a Agência Europeia de Medicamentos concluiu que casos de coágulos sanguíneos que surgiram em vacinados pela AstraZeneca deveriam ser listados como efeitos colaterais “muito raros”.
No ano passado, a Fiocruz, que produz a AstraZeneca no Brasil, afirmou que os efeitos adversos são extremamente raros e possivelmente associados a fatores de risco individuais.
“É muito importante entender que os eventos trombóticos e tromboembólicos associados à infecção SARS-CoV-2, observados nos pacientes com Covid-19, são muito maiores quando comparados aos eventos supostamente atribuíveis à vacinação ou imunização”, diz o comunicado do Ministério da Saúde. “Isso significa que o risco de tromboembolismo venoso é duas a seis vezes maior em pacientes que pegaram Covid-19 do que em pessoas sem a infecção. E isso não tem nada a ver com a vacinação contra a doença”.
A Fiocruz disse nesta terça-feira (7) que não tem nenhuma informação sobre a decisão da AstraZeneca de parar de fabricar a vacina.