Com a edição 2023 do Oscar bem ao lado – a cerimônia será exibida no dia 12 de março – os cinéfilos do mundo todo correm para conferir todos os filmes indicados em todas as categorias.
E você, já conseguiu ver tudo?
Considerada a maior premiação do cinema mundial, a esta altura nem precisa ser mais dito que essa é a maior honraria que qualquer artista ao redor do mundo poderia conquistar no terreno do cinema e entretenimento. É verdade que muitas vezes podemos não concordar com as indicações e até mesmo com as vitórias. Assim como todo ano sempre temos os famosos esnobados – que terminam fora da festa a ver navios. Mas a verdade é que são quase 10 mil membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e os nomeados são escolhidos através do grande consenso entre a maioria.
Neste último texto sobre o maior prêmio do cinema, resolvi traçar um panorama nos dez últimos anos da cerimônia, e lembrar com você leitor os atores e atrizes que mais indicações receberam na última década. Entre obviedades e surpresas, confira abaixo a lista completa com estes 17 artistas exemplares.
Não é difícil de imaginar que a atriz com o recorde de indicações ao Oscar de todos os tempos (21 ao total) seja também a primeira da lista com o maior número de nomeações da última década. O monstro sagrado imparável Meryl Streep é quem abre a matéria com nada menos que cinco indicações nos últimos dez anos – ou seja, Streep esteve presente ano sim, ano não, praticamente. Das cinco, apenas uma a rendeu a estatueta para a atriz – que também pode ser considerada uma das maiores perdedoras da história, já que das 21 indicações, possui apenas 3 vitórias. A primeira da década foi exatamente há dez anos, com a vitória por A Dama de Ferro – no qual interpretou a Primeira Ministra Britânica Margaret Thatcher. Depois, em 2014, pelo drama Álbum de Família, onde viveu a mãe amargurada de Julia Roberts. No ano seguinte, em sua única indicação coadjuvante da década pelo musical Caminhos da Floresta, no qual viveu uma bruxa. Em 2017 foi lembrada novamente por outra biografia, Florence – Quem é Essa Mulher?, onde interpretou a socialite que sonhava em ser cantora, apesar da falta de talento. Por fim, em sua última indicação até o momento, viveu outra personalidade da vida real, Kay Graham – a editora do jornal Washington Post, em The Post – A Guerra Secreta.
Um dos grandes intérpretes da atualidade, também conhecido como o “Meryl Streep de calças”, o astro Denzel Washington coleciona nada menos do que 10 indicações ao Oscar, sendo uma delas como produtor de Um Limite Entre Nós – filme que igualmente estrela e dirige. Washington já tem suas duas estatuetas do Oscar decorando a lareira em casa, uma como ator protagonista e outra como coadjuvante. Mas sua última vitória ocorreu em 2002. Na última década, o astro coleciona 4 indicações como ator, todas como protagonista. Em 2013, viveu um piloto aéreo alcoólatra em O Voo; no citado Um Limite Entre Nós (2017) foi um pai da classe trabalhadora na década de 1950; em 2018 foi um advogado idealista em Roman J. Israel; e este ano está novamente nomeado pelo papel clássico em A Tragédia de Macbeth.
O jovem Bradley Cooper não é um nome que a maioria esperava encontrar aqui entre os mais indicados da última década, apesar do ator ter prestígio e talento de sobra. Aparecendo para o mundo do cinema quase há exatos dez anos, podemos dizer que o grande divisor de águas na carreira de Cooper ocorreu com sua primeira indicação ao Oscar, em 2013, por O Lado Bom da Vida. Ao total são nada menos que 9 indicações para o ator, sendo que apenas 4 por atuação. As outras foram como produtor por Sniper Americano (2015), como roteirista e produtor de Nasce uma Estrela (2019), como produtor de Coringa (2020) e este ano como produtor de O Beco do Pesadelo. Como ator, depois de O Lado Bom da Vida, foi indicado como coadjuvante por Trapaça (2014) e como ator principal por Sniper Americano (2015) e Nasce uma Estrela (2019). Cooper ainda não levou seu tão esperado Oscar para casa.
O ator imortalizado por Titanic era conhecido como um dos maiores injustiçados pelo Oscar. Após ser esnobado pela Academia no filme citado do navio, DiCaprio entregou uma atuação poderosa atrás da outra. Ele até era indicado, mas nada de vencer. Isso mudou em 2016 quando sua vitória finalmente saiu por O Regresso. Muitos podem não saber, mas a primeira nomeação do ator foi com ele ainda bem novinho, no drama Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador, em 1994. DiCaprio coleciona 7 indicações ao Oscar, sendo uma delas como produtor de O Lobo de Wall Street (2014). Na última década, como ator ele possui 3 indicações: O Lobo de Wall Street, O Regresso e Era uma Vez em Hollywood. Todas como ator principal.
Grande nome representativo na indústria, a talentosa Viola Davis já está há muitos anos na estrada, sempre em papeis coadjuvantes. O ponto de virada na carreira da atriz veio após sua segunda indicação ao Oscar, quando se tornou conhecida graças ao seriado muito popular How to Get Away With Murder. A atriz tem ao todo 4 indicações ao Oscar, sendo 3 somente na última década. Fora isso, já conquistou sua estatueta, como coadjuvante por Um Limite Entre Nós (2017). As outras duas indicações de Viola Davis nos últimos 10 anos foram como protagonista em Histórias Cruzadas (2012) e também como protagonista pelo recente A Voz Suprema do Blues (2021) – onde interpretou a icônica cantora Ma Rainey.
Conhecido por papeis intensos de figuras, digamos, desequilibradas, como o Batman e o Psicopata Americano, o britânico Christian Bale é um ator que está na ativa desde a infância – sendo O Império do Sol (1987), de Steven Spielberg, um de seus primeiros trabalhos marcantes ainda garoto. De lá para cá, Bale se tornou um dos intérpretes mais competentes e desafiadores de Hollywood, sempre se entregando e se transformando por completo para o papel – assim como lendas como Robert De Niro e Tom Hanks fizeram antes dele. Assim, magro para viver um viciado em drogas, saiu a primeira indicação, seguida de vitória, da carreira do ator por O Vencedor (2011), como coadjuvante. Bale coleciona 4 indicações ao total, sendo 3 delas somente na última década. As seguintes foram como protagonista por Trapaça (2014), como coadjuvante por A Grande Aposta (2016) e como protagonista de novo por Vice (2019) – sua última nomeação até o momento.
Outra que começou bem jovenzinha e logo escalou até se tornar a maior estrela de Hollywood, Jennifer Lawrence foi um verdadeiro furacão que tomou o cinema de assalto. Nos últimos anos ela andou meio sumida, devido a alguns fracassos em sua carreira, mas retornou ano passado com o polêmico Não Olhe para Cima – um grande sucesso de público. J-Law é outra da lista que possui 4 indicações ao Oscar, assim como seu colega acima, e uma estatueta para chamar de sua em casa. Ao contrário de Christian Bale, no entanto, não foi sua primeira indicação que a rendeu a vitória, e seu prêmio foi como atriz principal e não coadjuvante. Das 4 indicações, 3 ocorreram na última década – a começar com sua vitória por O Lado Bom da Vida (2013). Depois seguiram indicações como coadjuvante por Trapaça (2014) e como protagonista por Joy – O Nome do Sucesso (2016) – sua última indicação até o momento.
A britânica Olivia Colman, assim como Viola Davis, está na estrada há muitas décadas e é muito possível que você já tenha visto inúmeros filmes dela (ou melhor, com ela) no passado sem tê-la reconhecido. O que levou à consagração a atriz foi sua primeira indicação ao Oscar – seguida de vitória – por A Favorita (2019), onde interpretou a insana Rainha Anne da Inglaterra. De lá para cá a Academia parece ter descoberto Colman, e nos últimos 4 anos a indicou 3 vezes ao Oscar. A primeira foi a citada como atriz principal. Depois vieram como coadjuvante por Meu Pai (2021) e este ano ela está lá de novo como protagonista por A Filha Perdida. E segundo afirmam muitos, pode sair vitoriosa neste domingo. O que você acha?
Um dos maiores veteranos em atividade da lista, o britânico Gary Oldman já fez de tudo um pouco no cinema: já viveu policial corrupto, traficante que pensa que é jamaicano, o maior vampiro de todos Drácula, Winston Churchill, o roqueiro Sid Vicious e até mesmo o policial de quadrinhos Comissário Gordon. São mais de 100 créditos como ator, numa carreira que já dura 40 anos. Oldman sempre foi constantemente bom, porém, a Academia demorou para reconhece-lo. Foi há exatos 10 anos que o Oscar daria sua primeira indicação, no trhiller O Espião que Sabia Demais (2012). São 3 indicações no total para Oldman, incluindo a estatueta por O Destino de uma Nação (2018), sua segunda indicação. A terceira ocorreu por Mank em 2021. Todas como ator protagonista.
Jovem intérprete muito carismática, Emma Stone é outra que foi revelada faz pouco tempo – digamos, há mais ou menos uma década. Ela já estava há um certo tempo na ativa entregando trabalhos sólidos, quando recebeu sua primeira nomeação como coadjuvante por Birdman, em 2015. No total, Stone junta 3 indicações ao Oscar, incluindo sua vitória, logo na segunda nomeação, como atriz protagonista por La La Land (2017). Depois disso, Stone voltou a ser indicada como coadjuvante pelo citado A Favorita (2019). Temos certeza que não irá demorar até que a moça seja novamente lembrada pelo Oscar.
Octavia Spencer é mais uma da lista que já está inserida no mundo do cinema há muitas décadas – inclusive me surpreendi de reconhece-la como enfermeira numa pontinha em Tempo de Matar (1996) – seu primeiro trabalho nas telas. São mais de 140 créditos como atriz, numa carreira que já dura quase 30 anos. O divisor de águas para a atriz foi justamente sua primeira indicação ao Oscar há exatos 10 anos. A nomeação como coadjuvante por Histórias Cruzadas também daria a vitória para Spencer. Depois disso vieram indicações por Estrelas Além do Tempo (2017) e A Forma da Água (2018). Todas como coadjuvante.
A veterana Glenn Close é um tesouro de Hollywood. Infelizmente é também não apenas a maior “perdedora” do Oscar nos últimos 10 anos, como também uma das maiores de todos os tempos. A grande atriz possui nada menos do que 8 indicações ao Oscar, revezando entre intérprete principal e coadjuvante, e nenhuma vitória. Prevejo em breve Close ganhando um Oscar honorário pelo conjunto da obra – mas seria bom mesmo vê-la sair vitoriosa de um prêmio por atuação. Quem sabe ainda não aconteça. Na última década, Close soma 3 indicações: fazendo papel de uma mulher que se disfarça de homem em Albert Nobbs (2012), como uma mulher se sentindo menosprezada no casamento por A Esposa (2018), e como uma avó amorosa em uma família problemática em Era uma Vez em Sonho (2021).
Agora a brincadeira é chamar Amy Adams de o Leonardo DiCaprio de saias. Acontece que a atriz já foi muito elogiada por seus desempenhos e há alguns anos apenas se envolvia em projetos de prestígio e filmes adorados por crítica e público. Tudo bem que de um tempinho para cá Adams tem se envolvido em alguns projetos duvidosos, mas acontece. Quem nunca? O que importa é que Amy Adams já soma nada menos que 6 indicações ao Oscar em sua jovem carreira e ainda não possui uma vitória. Nos últimos 10 anos são 3 também: como coadjuvante por O Mestre (2013) – sobre os primórdios da cientologia -, como protagonista por Trapaça (2014), e como coadjuvante por Vice (2019) – sua última indicação até o momento.
Esperamos que a jovem Saoirse Ronan não siga os passos de Glenn Close e Amy Adams no que diz respeito ao Oscar. São três gerações de atrizes muito talentosas e menosprezadas pelos votantes da Academia. Close segura o recorde com 8 ao total sem vitórias, e Adams segue de perto com 6 nomeações. Chegando logo atrás, Ronan, de 28 anos, possui 4 indicações. Das quatro, três foram na última década, e apenas a primeira foi como coadjuvante. Seguiram Brooklyn (2016), no papel de uma imigrante irlandesa; Lady Bird (2018), no papel de uma adolescente sonhadora; e Adoráveis Mulheres (2019), no papel de uma jovem forte e independente na adaptação do clássico literário. Nada de vitória para Ronan ainda.
Outra atriz ruivinha chegando à lista, Jessica Chastain assim como outras acima foi revelada ao mundo da sétima arte há cerca de dez anos. De lá para cá foram muitos trabalhos expressivos ao ponto de ser considerada uma das maiores estrelas de Hollywood na atualidade. Assim como a colega Amy Adams, Chastain tem dado uma escorregadas em suas escolhas do projeto, nada que a estrela não recupere – afinal, sua mais recente indicação ao Oscar saiu este ano. São 3 indicações para Jessica Chastain, ainda sem vitória. São elas como coadjuvante por Histórias Cruzadas (2012), como protagonista por A Hora Mais Escura (2013) e este ano de novo como atriz principal pelo drama Os Olhos de Tammy Faye.
Muito se fala no reinado de Meryl Streep como a atriz mais vezes indicada ao Oscar. Esse recorde certamente é impressionante. Porém, se formos olhar de perto, como mencionado no início do texto, Streep tem apenas 3 vitórias – de suas 21 indicações. E destas, uma delas é por atriz coadjuvante. Talvez mais impressionante ainda seja o histórico de Frances McDormand, outra atriz veterana, na premiação. São um total de 7 indicações e 4 vitórias no Oscar – ou seja, mais da metade de aproveitamento. A primeira indicação de McDormand saiu em 1989, e logo em sua segunda nomeação, a atriz levava o prêmio para casa por Fargo (1997). Depois vieram mais duas indicações sem vitória. Na última década, ela voltou a ser lembrada, sendo indicada e saindo vitoriosa por Três Anúncios para um Crime (2018) e Nomadland (2021). Detalhe, McDormand é a única em atividade a receber três estatuetas como atriz principal. Isso é para poucos. Ah sim, ela ainda possui uma quarta estatueta como produtora de Nomadland.
Outro ator então desconhecido, que teve um boom na carreira graças à suas indicações ao Oscar. Mahershala Ali é um dos poucos atores da atualidade com aproveitamento máximo nas indicações da Academia, isso porque suas dois nomeações resultaram em suas duas estatuetas. E ambas na última década. A primeira veio com Moonlight (2017) e depois o ator foi novamente vitorioso por Green Book (2019). Ambos os prêmios foram na categoria de coadjuvante. Um histórico bem parecido tem o austríaco Christoph Waltz, com duas indicações e duas vitórias – também como coadjuvante (e ambas por filmes de Quentin Tarantino). A diferença é que só uma delas ocorreu na última década – o tema desta matéria.
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