Em sua trajetória no cinema, Pearson busca enfrentar o preconceito e abrir portas para pessoas com deficiência. O ator estrelou também o filme “Chained for Life”, do diretor Aaron Schimberg, em que sua aparência faz parte do contexto da história. “Qualquer coisa que eu possa fazer para desestigmatizar a deficiência é uma coisa boa”, diz.
Se as pessoas quiserem conversar, vamos conversar. Sei que alguns membros da comunidade de deficientes dizem: ‘Não é meu trabalho educá-los sobre a deficiência’. Mas nós somos os especialistas. Acho que se não estou educando, estou sendo imprudente e irresponsável Adam Pearson
Indústria do cinema é “preguiçosa” no que diz respeito a deficiências. Para o ator, não há representantes da causa o suficiente em Hollywood, participando do processo criativo dos filmes. “Fico frustrado quando as pessoas fingem que não conseguem encontrar [pessoas com deficiência]”. Para garantir que haja avanço na representatividade na indústria do entretenimento, Pearson afirma que seguirá sendo um rosto e uma voz para a mudança. “Se o que estou fazendo agora significa que os jovens Adam Pearsons não terão que passar por um inferno na escola, ou que alguém que se parece comigo pode entrar em um pub e isso não ser grande coisa, então eu atingi meu objetivo”, finaliza.
Novo filme celebra resiliência do ator
Pearson voltará às telas do cinema na próxima sexta-feira (20). A nova atuação do britânico é como Oswald em “A different man”, também de Aaron Schimberg. Segundo o diretor, o papel foi escrito para mostrar a potência de Pearson como ator é uma homenagem à sua personalidade. “Tenho fenda palatina [má-formação congênita que pode provocar abertura vertical no céu da boca, no lábio superior e na base do nariz] e isso moldou minha percepção de mim mesmo. Mas Adam, cuja deficiência é ainda mais visível, não deixa que isso o defina. Fiquei maravilhado com isso”, conta Schimberg à People.
Sebastian Stan, colega de elenco de Pearson, exalta a coragem e o carisma do ator. “Adam conta a verdade e é incrivelmente honesto. Nos demos bem imediatamente”, conta. Segundo Stan, as experiências que Pearson compartilhou durante as filmagens o ajudou a construir seu próprio personagem no longa. “Ele foi gentil em ser aberto comigo sobre sua infância e o que encontrou na vida”.