Tilt – Muitos profissionais temem o surgimento da IA generativa. E agora o YouTube, uma das maiores plataformas de streaming, está liberando todos esses recursos. Como vocês estão gerenciando esse medo que pode estar surgindo entre os criadores?
Sarah Ali – É por isso que queremos construir essas coisas junto com os criadores e dar acesso a eles. Eu acho que [esse receio] é muito natural quando algo novo surge, e as tecnologias surgem para pensarmos nas oportunidades, mas há partes que são desconhecidas. Quando olharmos em retrospectiva, diremos que este foi um novo começo para novas oportunidades.
Tilt – Que papel você acredita que os Shorts irão ter no futuro do YouTube?
Sarah Ali – Queremos que você seja o melhor e o mais criativo em contar qualquer tipo de história, seja em formato curto ou longo. Para os criadores, é ir onde está o seu público. Para os que estão começando, diminui as barreiras e dá o direito de poder contar sua história.
É mais fácil contar uma história em 15 segundos pela primeira vez do que em mais tempo. Mas acho que essas 70 bilhões de visualizações mostram a variedade, pois são tantos tipos diferentes de criadores contando tantos tipos diferentes de histórias que acho que a resposta é diferente com base em onde eles estão em sua jornada criativa.
Os Shorts ajudam as pessoas a contar novos tipos de histórias e permite mais pessoas encontrarem acesso para criar. A IA generativa construída sobre os Shorts é, para mim, mais um continuum de algo que remonta às nossas raízes, que é a ideia de transmitir você mesmo.
Tilt – Como você vê o YouTube nessa batalha dos vídeos curtos com Instagram e TikTok?
Sarah Ali – Minha equipe realmente não gosta de pensar dessa forma, então provavelmente você pode adivinhar minha resposta. O que fazemos é pensar, ‘hey, há cerca de 2 bilhões de usuários acessando o YouTube todos os meses; como podemos atender as necessidades deles? Como descobrimos como nossos criadores se conectam a esse público?’. A partir daí, pensamos em quais são as novas ferramentas criativas que podemos oferecer para ajudá-los a serem mais criativos, como a Tela Fantástica. Mas você não faz esse tipo de inovação olhando para fora. Tem realmente que gostar e entender de tecnologia para compreender quais são as necessidades do usuário para casá-las com as oportunidades. É assim que pensamos sobre todos os produtos.
Tilt – Os Shorts do YouTube é um produto feito para celular por estar na vertical. Você acredita que os Shorts alcancem tanto sucesso que, no futuro, podem mudar a televisão no futuro e, em vez de serem horizontais, sejam verticais?
Sarah Ali – Esse é um assunto muito pessoal para mim, porque, quando entrei no YouTube, comecei no time dos aplicativos para TV. E as pessoas ficavam dizendo que estávamos querendo sair da TV e ir para o celular, e o conteúdo do YouTube era curto, aqueles vídeos de gatos, como alguém iria assistir [na TV]? E eu acreditava que, como esse conteúdo era ótimo, deveria estar em qualquer tela, assim como deveríamos ir onde as pessoas estão.