Pela primeira vez, uma empresa privada aderiu ao mecanismo de Acesso Conjunto a Tecnologias contra a Covid-19, C-Tap.
O licenciamento da vacina da fabricante Medigen faz parte de três novos acordos anunciados nesta terça-feira pela Organização Mundial da Saúde, OMS.
Global, transparente e não-exclusiva
O imunizante é baseado na proteína spike do vírus da Covid-19 e foi originalmente desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, NIH. Mais de três milhões de doses deste produto já foram administradas em sete países.
O acordo por meio do C-Tap, faz com que essa seja a primeira vacina da doença a dispor de um licenciamento global, transparente e não-exclusivo. Os detalhes, em inglês, podem ser acessados aqui.
O acordo permite o compartilhamento da propriedade intelectual, facilitando a transferência de tecnologia e a formação de pessoal.
Os outros dois acordos anunciados nesta terça-feira são um protótipo de vacina do Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha e um teste para quantificação de anticorpos neutralizantes da Universidade do Chile.
Ferramentas acessíveis a todos
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que “a Covid-19 veio para ficar e o mundo continuará precisando de ferramentas para preveni-la, testá-la e tratá-la”.
Ele afirmou que “por meio da C-Tap, A OMS e parceiros estão comprometidos em tornar essas ferramentas acessíveis a todos, em todos os lugares.”
O C-Tap foi lançado em maio de 2020 pela OMS e pelo Governo da Costa Rica com o apoio de 44 Estados-membros.
Trata-se de uma plataforma onde desenvolvedores de terapias, diagnósticos, vacinas e outros produtos de saúde para Covid-19 podem compartilhar voluntariamente sua propriedade intelectual, conhecimento e dados para acelerar a inovação tecnológica e expandir a capacidade de produção global.
Com os três acordos recém-anunciados, o C-Tap acumula cinco licenças abertas para compartilhamento com fabricantes de todo mundo, a fim de promover o acesso global equitativo às tecnologias.