Foi lançado nesta sexta-feira (30) o quinto episódio do podcast “UOL Esportes Histórias- Os Grampos de Robinho” e revelados novos áudios do jogador, desta vez em conversa com o amigo Ricardo Falco, onde admite ter feito sexo com penetração na vítima, mudando sua versão. Tal informação foi afirmada pelo próprio Robinho em um trecho da interceptação telefônica realizada contra ele. Ambos foram condenados a nove anos de prisão pela Justiça da Itália após participarem de um estupro coletivo em uma discoteca em 2013, na cidade de Milão.
Durante o diálogo, Robinho e Falco discutem os depoimentos que deram para a polícia e revelam detalhes de forma explícita e com linguagem chula do que teria acontecido naquela ocasião.
“É, eu c*mi, pô! Porque ela quis. Aonde eu forcei a mina? Eu c*mi a mina, ela fez ch*peta pra mim e depois saí fora. Os cara continuaram lá”, disse Robinho, de forma depreciativa, apresentando uma mudança de versão já que, quando a notícia estourou, o jogador negou ter tido relações com a vítima.
Em determinado momento, eles alegam que tudo o que rolou, foi com o consentimento da jovem, apontando que ela estava embriagada, o que foi motivo suficiente para o entendimento da Justiça de que os atos cometidos configuram estupro.
Outro ponto levantado por eles durante a conversa, interceptada com autorização da justiça, foi a tentativa de Falco em acobertar Robinho mentindo em seu depoimento negando qualquer envolvimento do ex-craque do Santos no ato.
“Dei depoimento, falei toda a verdade para o meu advogado. Só não falei que você c*meu a mina”, revelou.
Mas, o amigo não escondeu a frustração ao saber que o depoimento de Robinho o incriminava. Falco se mostrou muito incomodado pelo atleta ter declarado falta de confiança nele e por ter apresentado uma narrativa onde fazia com que o Ministério Público o incluísse como suspeito.
Novos áudios revelam nova versão de Robinho que admite ter feito sexo com vítima de estupro (Reprodução/O Globo)
Falco ainda detalha o momento em que as autoridades questionaram a relação de amizade entre os dois e leram o trecho do depoimento de Robinho em que ele é supostamente acusado pelo atleta de armar toda a situação com a vítima visando comprometer o jogador.
“Eu cheguei à conclusão que a defesa que seu advogado usou para defender você foi a pior de todas. Ele quer tirar o sofrimento das suas costas, jogar no meu, conclusão: ele quer provar pros caras que eu sou armado com a mina e que eu te levei, com a intenção de c*mer ela e fazer essa pra falar assim: ‘Pô, então realmente…'”, expôs Falco a sua indignação.
O fato citado por Falco revela a teoria que Robinho e seu advogado estavam construindo alegando que sua inclusão no ato se tratava de uma armação para acusá-lo por ser famoso. Segundo o plano, a vítima estaria tendo o apoio de um de seus amigos que, supostamente, seria Falco. O jogador disse ao promotor do caso que não confiava em Ricardo.
Mais para frente, Robinho oferece ajuda financeira ao amigo se comprometendo a conseguir um cargo público para ele que, há algum tempo, estava desempregado.
“Se eu for voltar pro Brasil, eu te coloco pra trabalhar na prefeitura lá que é uma. Igual os caras… os caras ganham 2 conto”, falou ele ao amigo que se animou com a oferta.
Ao se depararem com a possibilidade de serem desmascarados pelo vestido que a jovem vestia no dia do crime, que havia sido levado para a perícia para detectar vestígios de DNA, eles se mostraram receosos e decidiram mudar a versão: enquanto Falco disse ter se masturbado perto da mulher, Robinho admitiu ter praticado sexo oral com ela, o que justificaria a presença de material genético deles na vestimenta.
Ainda em meio ao assunto, Robinho expõe o desejo de atacar a vítima fisicamente, a chamando de, por tudo o que está acontecendo.
“A mina sabe, ela sabe que tu não fez p*rra nenhuma com ela, ela é? A gente vai dar um soco na cara dela. Tu vai dar um murro na cara, vai falar: ‘P*rra, que que eu fiz contigo? Eu fiz alguma coisa?’ “, esbravejou.
Como já destacado anteriormente, Robinho e Falco receberam a sentença de nove anos de prisão por estupro coletivo, decisão está a qual não cabe mais recurso. Outros amigos do jogador também presenciaram e participaram do ato, mas não foram incluídos na condenação por terem deixado a Itália logo após o crime. A Justiça brasileira ainda avalia se há a possibilidade do jogador cumprir a pena no Brasil. A decisão do STJ sobre o caso, deverá sair na próxima semana.
Foto Destaque: Robinho. Reprodução/Marco Luzzani/Getty Images via Metrópoles