Atriz e produtora já passou pelo problema relatado até mesmo em um de seus longas mais célebres
Nos últimos anos, tem sido cada vez mais constante a reclamação de fãs de cinema em relação à forma como os estúdios promovem seus filmes. A principal e mais efetiva forma de divulgação ainda é o trailer, apresentado tanto na internet quanto nos momentos que antecedem uma sessão. E é justamente essa peça que tem sido falha na opinião de vários admiradores da sétima arte.
Tem quem reclame, por exemplo, de um trailer apresentar algo que, no fim das contas, não está no filme de verdade. Outro exemplo é quando a prévia antecipa demais a história, o que tira a surpresa de se assistir ao longa.
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Margot Robbie viu de perto esses problemas acontecerem ao longo de sua carreira. Quem não se lembra do trailer espetacular do filme Esquadrão Suicida (2016), estrelado pela atriz e cujo resultado final sequer se aproximava do vídeo promocional? Ainda sobre a parceria entre Warner e DC, a prévia do longa Batman vs. Superman: A Origem da Justiça (2016) adiantou a inclusão da Mulher-Maravilha (Gal Gadot) e do Dia do Julgamento antes mesmo da estreia nos cinemas.
Talvez por isso um dos trabalhos recentes de Robbie, Barbie — no qual ela foi protagonista e produtora —, tenha sido bastante discreto em seus trailers. Vários vídeos foram divulgados antes da estreia, mas nenhum deixava claro qual seria o enredo. O mistério só seria encerrado dentro da sala de cinema — como deve ser, afinal de contas.
Em entrevista à Variety, Margot refletiu sobre o assunto e revelou detestar quando um trailer distorce ou “entrega demais” de um filme. O tema foi abordado sob a ótica de produção, visto que ela é uma das cofundadoras da produtora americana LuckyChap, ao lado de Tom Ackerley e Josey McNamara.
“É preciso que exista um elemento de mistério. Odeio trailers que têm o filme inteiro condensado em dois minutos. Todo mundo fica tipo: ‘elevou muito as expectativas’. Claro que sim; você deu a alguém o filme inteiro!”
Ainda durante o bate-papo, Robbie falou sobre como outro filme que traz seu envolvimento — Saltburn, produzido por ela e Ackerley via LuckyChap — evitou completamente esse tipo de antecipação. Até porque, em sua opinião, é difícil condensar em poucos minutos um longa dirigido por Emerald Fennell.
“Comercializar um filme de Emerald Fennell é complicado, porque ela é a rainha das reviravoltas na trama. Então, há todas aquelas melhores coisas que você não pode realmente mostrar. Caso contrário, não seria tão emocionante quando você assistisse a isso no filme.”
Margot Robbie e o marketing no cinema
Com um filme diferente em mãos, Margot Robbie disse que ela e seus parceiros adotaram uma estratégia promocional mais experimental. A atriz e produtora contou que Saltburn foi divulgado por intermédio de “tasters”, termo que pode ser traduzido para “degustações”. São vídeos ainda menores que os chamados “teasers”, tendo entre sete a dez segundos de duração.
“O marketing é um território desconhecido de tantas maneiras que todos estão aprendendo juntos. E às vezes o que você não conhece é um presente maravilhoso. No marketing de Saltburn, eu pensei: ‘Por que estamos fazendo um teaser trailer de 30 segundos? Por que não podemos fazer algo chamado taster, que pode levar de sete a dez segundos?’ E todo mundo fica tipo: ‘Sim, vamos fazer isso então. Se funcionar, legal, e se não funcionar…’”