O número de abortos entre adolescentes na Finlândia caiu 66% entre 2000 e 2023, informou o Instituto Finlandês de Saúde e Bem-Estar nesta segunda-feira (03). A queda foi atribuída à oferta de contraceptivos gratuitos para adolescentes e a educação sexual obrigatória nas escolas.
A Finlândia também aprovou uma lei em 2022 que legaliza o aborto, em um momento em que outras nações europeias e decisões judiciais nos Estados Unidos restringindo o acesso ao aborto impacta milhões de pessoas.
O número de abortos entre mulheres com menos de 20 anos aumentou durante a década de 1990 na Finlândia, o que levou o país nórdico a criar uma estratégia a partir dos anos 2000, tornando a pílula do dia seguinte disponível sem receita a partir dos 15 anos e a educação sexual obrigatória em todas as escolas.
“Podemos supor que a educação sexual desempenha um papel significativo”, afirma Mika Gissler, pesquisador do instituto finlandês à Reuters, acrescentando que o maior acesso à contracepção desde uma idade jovem foi outro fator por trás da mudança.
O número de abortos caiu 66%, de 2.144 em 2000 para 722 em 2023, entre todos os adolescentes com 19 anos ou menos na Finlândia, enquanto a queda foi ainda mais acentuada, de 78%, entre aqueles com menos de 18 anos no mesmo período, mostraram as estatísticas do THL.
“Desde a segunda metade da década de 2010, a queda no número de abortos entre jovens também foi influenciada pela introdução da contracepção gratuita em muitas regiões de bem-estar”, escreveu o instituto em um relatório.
Uma queda muito menor foi observada no número de abortos entre mulheres finlandesas de todas as idades nas últimas duas décadas, embora seu número tenha aumentado modestamente —em 2,9%— de 2022 para 2023, mostraram as estatísticas do THL.
Com a liberalização de 2022, a Finlândia deixou de exigir, a partir de setembro de 2023, que as mulheres apresentassem uma razão para fazer um aborto, tornando-o disponível mediante solicitação da pessoa grávida durante as primeiras 12 semanas de gestação.
O Instituto Finlandês de Saúde e Bem-Estar afirma também que ainda é cedo para concluir se a mudança legislativa, que entrou em vigor no ano passado, terá impacto no número de abortos.
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