A soberania do Rei Pelé, o primeiro campeão nacional do futebol brasileiro, figuras históricas que vão de Tostão à Ademir da Guia, quase mil jogos, mais de 2.700 gols, duas competições e 14 edições. O resgate histórico de todas as fichas da Taça Brasil e do torneio Roberto Gomes Pedrosa, um dos mais desafiadores já realizados por oGol, está completo.
Um extenso trabalho coletivo, que só possível também graças a ajuda de nossos colaboradores, tornou viável não só completar todas as fichas da Taça Brasil e do Robertão, como também eternizar elencos e clubes que fazem parte da história do futebol nacional. Em um passado que parece quase remoto, agora é possível voltar a 1959 e ver quem eram, afinal, os jogadores da Manufatora, clube da cidade de Niterói (RJ), que disputaram aquela primeira Taça Brasil.
Para o torcedor do Bahia, que se orgulha de ser o primeiro campeão nacional do Brasil, agora é possível conhecer todas as fichas dos 14 jogos daquela campanha vitoriosa. O artilheiro daquele ano, por exemplo, foi o ex-atacante Leo Briglia, falecido em 2016.
Ao falar de Taça Brasil, porém, é impossível não associar o torneio imediatamente ao Santos de Pelé. O Peixe foi o maior vencedor da competição, com cinco troféus, e Pelé é o maior artilheiro da disputa, com 30 gols. Isolado no primeiro lugar, porém, Pelé teve a companhia de outros goleadores históricos, como Toninho Guerreiro, que foi dono de uma invejável média de gols no torneio: 18 gols em apenas 13 jogos. Outros nomes lendários e que merecem ser eternizados nas estatísticas são, por exemplo, Bita, segundo maior goleador da disputa, e Mauro Calixto, o jogador que mais partidas disputou da Taça Brasil – ambos são ídolos do Náutico.
Finalista em sete das 10 edições da Taça Brasil, o Santos teve sua grande derrota no torneio para um dos esquadrões históricos do futebol brasileiro. Em 1966, o Peixe perdeu para o Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes, em jogo que, até os dias atuais, é considerado uma das maiores atuações da Raposa. O 6 a 2 no Mineirão abriu caminho para o título que foi levantado após outra vitória, por 3 a 2, no Pacaembu. As estatísticas completas da Taça Brasil são de fácil consulta e estão disponíveis aqui.
Roberto Gomes Pedrosa
No fim da década de 1960, o futebol brasileiro ganhou uma nova disputa, batizada de Torneio Roberto Gomes Pedrosa, em homenagem ao ex-goleiro da seleção brasileira, dirigente e político. A competição aconteceu no seguimento de um hiato na disputa do Torneio Rio-São Paulo, como uma iniciativa da CBD (Confederação Brasileira de Desportos), para criar uma maior integração entre os clubes do país.
Já na sua estreia, em 1967, a disputa contou com a presença de clubes do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná. No ano seguinte, já rebatizada de Taça de Prata, a competição ganhou participantes de Bahia e Pernambuco, e passou a ser o principal torneio nacional do país, passando a ser a baliza para a escolha dos participantes do Brasil na Copa Libertadores.
O Robertão foi disputado até o ano de 1970 e é considerado o modelo para o surgimento do Campeonato Brasileiro, com a expansão futura de estados e no número de clubes participantes. Em quatro edições, o torneio teve mais de 500 jogos e, novamente, Palmeiras e Santos despontam.
A equipe de Palestra Itália faturou a competição em duas oportunidades e consolidou a Primeira Academia com a participação decisiva de ídolos eternos do clube como Valdir de Morais, Djalma Dias, Djalma Santos, Julinho, Ademir, Servílio, entre outros grandes nomes.
O Santos venceu uma vez o Robertão, bem como o Fluminense, que conquistou seu primeiro título nacional em 1970. Apesar de nunca ter sido o artilheiro de uma edição do Roberto Gomes Pedrosa/Taça de Prata, Pelé é, como de costume, o maior goleador da disputa no geral – foram 37 gols em 57 confrontos disputados. Viaje na história do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, com estatísticas completas.