As principais operadoras de telefonia móvel no Brasil estão planejando acabar com o uso de aplicativos sem consumo de dados, conhecido como “zero rating”. Essa estratégia, que permite o acesso gratuito a serviços como WhatsApp, YouTube e outras redes sociais sem descontar da franquia de dados, tem atraído muitos clientes nos últimos anos. No entanto, o aumento do consumo de dados com a expansão do 4G e a chegada do 5G levou as operadoras a reconsiderarem a continuidade desse serviço.
Além do aumento do consumo de dados, a discussão em torno do pagamento pelo uso das redes pelas grandes empresas de tecnologia também contribui para essa mudança de planos. Serviços como Google, Meta (detentora do Facebook), Netflix e Amazon consomem uma quantidade significativa de dados, e as operadoras buscam maneiras de otimizar seus ganhos e investir na capacidade das redes.
Iniciativa equivocada
O presidente do grupo Claro Brasil, José Felix, classificou o “zero rating” como uma “iniciativa equivocada”, mas acredita que ainda há tempo para revisar a estratégia da empresa. A Vivo e a Tim também estão analisando a suspensão dessa oferta, pois precisam garantir a remuneração dos investimentos em infraestrutura de rede.
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Uma possível abordagem seria oferecer acesso gratuito a aplicativos por meio de planos mais caros, nos quais o consumidor pagaria por essa “internet gratuita”. Essa mudança permitiria equilibrar os custos para as operadoras e garantir a sustentabilidade financeira dessa oferta.
No entanto, os clientes e internautas já estão reagindo negativamente, especialmente pelo encerramento de planos sem cobrança. O acesso gratuito a aplicativos populares é um atrativo nos planos pré-pagos, e o fim disso poderia comprometer a fidelidade dos usuários. Outra alternativa seria estabelecer parcerias com outras empresas, oferecendo descontos ou contas grátis em troca do pagamento pelo uso dos aplicativos mais usados.
Ainda não há confirmações sobre como exatamente essa mudança será implantada, mas é uma questão que impactará o mercado de internet móvel no Brasil. Os consumidores aguardam ansiosamente por atualizações das operadoras e para saber como isso afetará seu acesso aos aplicativos sem consumir a franquia de dados móveis.