Para a Flórida.
Isso, então era Nova Orleans e Flórida na Louisiana. Depois fomos para Chicago e fizemos Nova York e Chicago, em Chicago. (risos) Então tocamos a pós produção em Los Angeles. Portanto, praticamente tudo que você vê no filme entrou em nosso cartão de milhagem. Exceto que não fomos para Nova York.
Quando você constrói um filme em torno de tantos locais, os lugares também desempenham um papel ou poderiam ser quaisquer cidades em qualquer situação?
Acho que foi importante começarmos em Paris porque é a adaptação de uma história em quadrinhos francesa. Mas não é que a locação seja essencial. A República Dominicana com certeza traz praias incríveis e um recorte de selva que pode sugerir uma espécie de refúgio exuberante e a idéia de poder se esconder, mas acho que quase todos os locais pelos quais ele viaja estão lá para ressaltar a ideia de um sujeito escondido à vista de todos.
Nada de sofisticação.
A ideia era essa. Eu não queria um Aston Martin e ele usando um terno de três mil dólares. O que temos é um cara na classe econômica, sentado no fundo com aquele chapéu ridículo, que pode ser um assassino. E não digo isso no sentido de ser absurdo! Eu gosto da ideia de que você provavelmente esbarrou nesse cara no McDonald’s. Você o viu em uma loja de departamentos. Ou esperando o ônibus. Nós conversamos sobre ele escapar de Paris em um patinete elétrico! Estávamos preparados para humilhar muito esse sujeito. (risos)
“O Assassino” é seu segundo filme com a Netflix depois de “Mank”. E você criou “House of Cards” e “Mindhunters” com eles. Então, qual é a maior vantagem do streaming hoje?
Acho que, antes de mais nada, você sabe que existe uma espécie de medo institucional do fim de semana na maioria dos grandes estúdios. Então não me parece um plano maluco quando alguém lhe diz que gostaria de abrir a carteira e fazer um filme com você, e esse filme ficará conosco para sempre, e não vamos gastar US$ 100 milhões em divulgação porque é aí que seremos competitivos. A ideia é concentrar no conteúdo e fazer com que as pessoas saibam que esse conteúdo está aqui. Eu não desejo essa pressão do fime de semana de estreia a ninguém, não faz sentido ganhar a vida tendo de gastar US$ 100 milhões para fazer as pessoas assistirem aos US$ 100 milhões que você gastou em uma ideia. “Clube da Luta” demorou muito para as pessoas gostarem, “Zodíaco” certamente não foi descoberto em seu lançamento inicial.
O cinema precisa respirar.
Bem, todo o processo hoje gerencia uma expectativa que não é real, especialmente quando alguns filmes são exercícios em estilo. Eu não escolhi a ideia de “O Assassino” por ser inédita. Escolhi porque as pessoas entendem que essa alegoria é uma forma de entregar uma espécie de experiência cinematográfica. A estrada é a mesma, só estamos parando para apreciar coisas diferentes no caminho. E temos um sujeito no centro disso que não é totalmente confiável. Sim, ele pode matar com qualquer uma das mãos, mas ele também é um cara que tem sua playlist, alguns problemas organizacionais e está comprometido com essas ideias que, dada sua linha de trabalho, podem não ser executáveis. Todas essas coisas foram interessantes para mim. Nós já vimos o assassino que erra e depois se torna parte dessa cadeia alimentar. Mas eu queria demonstrar no quão diferente você poderia fazer o pudim.