São Paulo, Brasil
“Burro, burro, burro!”
Este foi o coro ensurdecedor, de mais de 55 mil são-paulinos, ontem no Morumbi.
E dirigido ao técnico Thiago Carpini.
James Rodríguez era o responsável pelos xingamentos.
Primeiro, pela demora ao colocá-lo em campo.
Segundo, pelo colombiano não estar entre os jogadores que cobraram pênaltis.
Xingaram durante e, principalmente, depois da partida contra o Novorizontino, que custou a eliminação do São Paulo, do Campeonato Paulista, de 2024.
Depois do empate em 1 a 1, a derrota por pênaltis, 5 a 4.
E queda nas quartas de final.
Novorizontino, de Eduardo Baptista, semifinalista do Paulista.
O clima ficou muito tenso.
Carpini, acuado na entrevista coletiva, tentando se explicar.
“Com relação ao James a gente tinha programado de evoluir as cargas dele de forma gradativa durante a semana. Foi uma semana difícil pra ele, sentiu incômodo, mas não teve lesão. Ele perdeu quase a semana toda, voltou ao campo na sexta, muito próximo ao jogo, mas ele quase não treinou com o grupo. Fez um treino adaptado, foi uma recuperação difícil após o jogo contra o Ituano.
“Nós temos um relatório do que trabalhamos na semana com o percentual de cada um, mas no dia a gente também ouve o feedback do atleta, por estar seguro ou não, e temos que levar isso em conta também, se o atleta está à vontade ou não. Ele não pediu para não bater. Só que outros atletas se manifestaram antes sobre bater, esperamos a manifestação dos atletas e seguimos assim.”
A insistência dos repórteres era se ele temia ser demitido.
“Ter o respaldo dos atletas dá tranquilidade. Eu sei desse respaldo, eu vejo isso no dia a dia. Sabemos o que vamos conquistar com o São Paulo. Voltaremos em outro momento falando sobre outras coisas. Estou muito tranquilo e seguro. Minha responsabilidade é dar uma melhor resposta para o São Paulo. Não é pressão de deixar ou não o cargo. Me sinto muito preparado. Não cheguei aqui à toa, mas venho construindo minha trajetória. Que bom que estamos vendo grandes coisas nesse clube, porque as vitórias vão acontecer.”
O presidente Julio Casares e o diretor de futebol, Carlos Belmonte, não deram entrevista. Não falaram aos jornalistas.
Depois do jogo, conselheiros próximos à direção queriam saber se Carpini seria demitido.
E tiveram a informação que Casares decidiu dar um voto de confiança ao técnico.
Carpini conta com o radical apoio de Muricy Ramalho.
Assim como dos jogadores, principalmente, os líderes Rafinha e Lucas.
Não será o vexame de ontem que causará sua demissão.
Mas seu trabalho será analisado ‘mais de perto’.
Por ironia, em 2023, ele foi o responsável pelo time que eliminou o São Paulo, o Água Santa.
A projeção da direção era que a equipe chegaria até a final do Paulista.
Com a eliminação nas quartas, o clube deixará de ganhar, de acordo com a previsão dos dirigentes, algo em torno de R$ 8 milhões. De arrecadação, transmissão e premiação da FPF.
Carpini estará sob observação.
Mas não será demitido pela eliminação de ontem…