Jardim Paulista e Moema são os únicos bairros da cidade de São Paulo que ainda não apresentam epidemia local de dengue. É o que aponta o boletim epidemiológico de arboviroses divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde na manhã desta segunda-feira (22).
Por outro lado, as incidências da doença em Jardim Paulista (252,6) e Moema (258,4) são as maiores desde 2015, quando a secretaria começou a divulgar os dados dos distritos nos boletins.
O chamado coeficiente de incidência calcula o número de casos a cada cem mil habitantes. Acima de 300, é considerado como epidêmico.
Há uma semana, cinco distritos não estavam em epidemia: além dos dois citados, Vila Mariana e Saúde, na região sudeste, e República, no centro.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Ministério da Saúde, considera-se epidemia quando o coeficiente de incidência ultrapassa a casa de 300 casos por 100 mil habitantes.
Segundo a Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde), não há um fator determinante para as diferenças de ocorrência de dengue entre os distritos da capital. Diversos fatores podem contribuir como clima, característica demográfica, dinâmica e densidade populacional.
Em relação aos distritos de Jardim Paulista e Moema, a característica da disposição dos imóveis e densidade populacional podem explicar a menor transmissão.
O distrito de Jaguara (9651,1), na zona oeste, ainda tem a maior incidência de dengue na capital paulista. Em seguida, estão São Miguel (5.518,6), na leste, São Domingos (4.125,6), na norte, Itaquera (4.011,6), na região leste, Jaçanã (3.577,4) e Perus (3.040,6), na zona norte. Na capital paulista, o coeficiente está em 1.507,8.
De janeiro a 17 de abril, a cidade de São Paulo totalizou 181.020 casos de dengue. No mesmo período do ano passado houve 6.639 infecções —2.626,6% maior.
Em 2015, quando o país enfrentou uma epidemia de dengue, a capital paulista encerrou o ano com 103.186 casos. Com número de casos 75,4% maior, 2024 já pode ser considerado o pior ano da série histórica.
Até o momento, 67 pessoas morreram em decorrência da doença na cidade de São Paulo —alta de 168% se comparado a 2015, quando o número de óbitos chegou a 25. Em uma semana, o município registrou 18 mortes. Outras 200 estão em investigação.
Chikungunya
A capital paulista registrou 785 casos suspeitos de chikungunya, de 1º de janeiro a 17 de abril. Destes, 19 foram positivos para a doença e são autóctones, ou seja, contraídos no município. Eles ocorreram em janeiro (5), fevereiro (8) e março (6).
Dos casos, três foram confirmados na Cachoeirinha, dois na Freguesia do Ó e um na Vila Medeiros, na zona norte; um em Cangaíba, na região sudeste; 11 em Cidade Dutra e um em Grajaú, na zona sul da cidade.