Diretor Marcelo Caetano avalia passagem pela Semana da Crítica; estreia no Brasil acontece no segundo semestre de 2024
Depois de estrear na mostra competitiva da 63ª Semana da Crítica de Cannes, Baby, de Marcelo Caetano, abocanhou o prêmio de Melhor Ator Revelação para o protagonista Ricardo Teodoro. A trama que acontece em São Paulo revela a história de Wellington (João Pedro Mariano) , um ex-detento, e Ronaldo (Ricardo Teodoro), um garoto de programa, que se conhecem num cinema pornô no centro da cidade.
Um olhar desatento pode se prender no relacionamento entre os protagonistas e esquecer da delicadeza e potência que é o roteiro de uma São Paulo dos marginalizados. E são justamente as delicadezas das margens em que estão as vidas de Wellington e Ronaldo, permeadas também entre as armadilhas da sobrevivência, da adaptação ao mundo da prostituição, da privação de uma estrutura social mais acolhedora e da imensidão dos seus sonhos que dão a tônica do longa – que modela no audiovisual a crônica da hostilidade de uma cidade grande caótica, dura e que se salva pelos afetos construídos. Baby é uma obra que aborda as tensões dos corpos masculinos entre afeto, controle e poder tecendo o texto, por muitos já conhecido, que envolve o desejo, o sexo e o amor visceral passeando por cenários comuns à vida gay masculina em grandes metrópoles, como saunas e o cinema pornô.
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O próprio diretor Marcelo Caetano avaliou a passagem pelo tradicional festival francês:
“Eu acho que o filme teve uma repercussão muito boa, tanto da imprensa internacional quanto da crítica e, na verdade, o que foi mais bonito foi ver como o filme foi recebido de forma calorosa pelo público. Muito lindo você ver as pessoas falando de Baby na rua, parabenizando os atores, não poderia ter sido melhor, né? Acho que o sonho de todo realizador é lançar seu filme em Cannes, é uma exposição e acolhimento que não tem igual, então a gente conseguiu o melhor dos mundos para esse filme”.
Pelo Brasil, o longa será lançado no segundo semestre deste ano e deve pintar por algum festival. As informações são de Felipe Lopes, da Vitrine, responsável pela distribuição.
“Baby é um filme potente, com um elenco incrível (e com Ricardo Teodoro premiado!) e que tem um poder de emocionar e gerar identificação com um grande público! É nossa segunda parceria com o Marcelo Caetano e queremos que Baby tenha um alcance muito maior na tela grande”.
“Baby” é uma coprodução oficial Brasil-França-Holanda e contou com recurso públicos geridos pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) e o apoio do Aide Aux Cinémas Du Monde, Centre National Du Cinéma Et de L’Image Animée e do Institut Français. Foi produzido com o apoio do Hubert Bals Fund (HBF) do Festival de Roterdã e do Netherlands Film Fund (NFF). É uma coprodução da Spcine, Telecine, Canal Brasil e Vitrine Filmes, que também assina a distribuição.