Sabrina Petraglia fala sobre carreira e maternidade – Zonatti Apps

Sabrina Petraglia fala sobre carreira e maternidade

Nunca imaginei ser mãe. Não tinha sonho de casar, nem ter filhos. Quando fiz Shirley em “Haja Coração”, entendi o que era sucesso, mas vi que só aquilo não me completava. Pensei: “Será que é só isso que quero?” Naquele momento, eu vi que só o sucesso e a visibilidade, que eram muito legais, não me preenchiam. Aí eu tive a boa sorte de conhecer meu marido, Ramon, que é parceiro, inteligente, gentil, um grande incentivador da minha carreira, e vi que estava a fim de fazer uma família. Casamos, tivemos o Gael, nosso primeiro filho, e quando estava fazendo “Salve-se Quem Puder” (2020), engravidei da Maya. Logo após Maya nascer, veio o Leo. A maternidade chegou de uma forma avassaladora para mim e, mesmo com perrengue e o puerpério, que são duros, eu me realizei construindo essa família. Não acho que toda mulher tem que casar, ter filhos para se sentir feliz, mas esse foi o meu caminho. Então, valeu a pena interromper a carreira de certa maneira para acompanhar meu marido que recebeu uma proposta de trabalho em Dubai. Não adianta tentar equilibrar todos os pratos. Uma hora você precisa priorizar um prato.

Como é a vida em Dubai?

No Brasil, a gente tem uma ideia muito equivocada sobre os Emirados Árabes. As mulheres tem muito orgulho de usar as abayas e shaylas, que muita gente chama erroneamente de burca. Tenho amigas de lá, que são super-empoderadas. Uma delas é separada, mãe solo, e trabalha numa grande empresa. Até existe homem com mais de uma mulher, mas isso não é comum. A mulher manda no marido. Uma amiga dos Emirados me disse esses dias: “Não entendo a necessidade das mulheres brasileiras de se sentirem desejadas. Quero que as pessoas me respeitem e me escutem.” É interessante esse intercâmbio cultural. Estou nos Emirados há quase dois anos e não penso em voltar a morar no Brasil. Fazendo “Família é Tudo”, eu provei que é possível morar lá e trabalhar aqui no Brasil de tempos em tempos.

Você está no núcleo da Rafa Kalimann, que é alvo de uma polêmica por ser uma influenciadora que migrou para a TV. Como você vê esse movimento de influencers se tornando atores?

Fico muito preocupada e movimento minhas redes porque sei que é preciso ter seguidores para trabalhar hoje em dia. Eu fico triste porque, com a valorização dos seguidores, você perde o valor do estudo. Ser ator não é ser famoso. Ser escalado por número de seguidores é muito cruel. Tenho muito amigo com quem estudei na Escola de Artes Dramáticas (EAD – USP) que está fazendo outra coisa porque não tem trabalho como ator. Mas tem um outro lado que são as pessoas que têm estrela e acabou. É o caso da Rafa. Eu olho para a Rafa e ela é tão dedicada, é tão legal, tão disponível. Ela sabe que precisa continuar estudando para crescer como atriz. Eu acho Rafa corajosa de topar o desafio de fazer uma novela.

Muitos castings usam número de seguidores como métrica para escolher atores para participar de testes. Você já perdeu oportunidades por isso?

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