Nesta sexta-feira (13), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), recebeu no Palácio dos Bandeirantes as ministras Nísia Trindade, da Saúde, e Marina Silva, do Meio Ambiente, para uma reunião pautada nos impactos queimadas no estado.
Sem novas medidas estabelecidas, o encontro faz parte de uma orientação do governo federal para estados e municípios sobre como lidar com os efeitos das mudanças climáticas.
De acordo com Nísia Trindade, uma das pautas do encontro foi a preparação do estado para emergências, com o foco em planos e preparação para crise climática. “É nessa direção que nós temos trabalhado e para isso é fundamental esse esforço republicano do governo federal, estados e municípios.”
Com o foco na saúde, dentre as principais recomendações, que segundo o Ministério da Saúde devem ser seguidas pelos estados, estão a atenção redobrada com crianças e idosos, que tendem a ser os principais impactados com períodos de seca. A ministra ainda orientou para reforço no atendimento de saúde e, caso necessário, os estados e municípios devem avaliar medidas restritivas de circulação.
“Não cabe ao Ministério da Saúde ter uma medida específica para o estado de São Paulo, cabe o SUS (Sistema Único de Saúde), mas nós temos o trabalho constante com todos os governos e nós nos colocamos à disposição, seja com a Força Nacional do SUS, seja com as ações que temos realizado em nível nacional”, completa Trindade.
Apesar de atenção e cuidado nesse cenário, a ministra ainda afirmou que não é possível comparar os impactos das queimadas com a pandemia, por exemplo. “São situações muito diversas, a pandemia você tem um processo de alta transmissão não quer dizer que uma seja mais ou menos grave, mas são naturezas diferentes as medidas têm que ser adequadas para a realidade de uma emergência ambiental”, afirma.
Há cinco dias, a capital paulista registra a pior qualidade do ar dentre todas as metrópoles mundiais. No estado de São Paulo, mais de 300 municípios registram incêndios, segundo a ministra Marina Silva. “Alguns já controlados, outros em combate e vocês sabem que a toda hora tem novas ignições”, diz.
O Ministério do Meio Ambiente afirma que, no Brasil, só duas unidades da federação que não estão em situação de seca, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e parte dos incêndios ocorrem em função da ação humana.
“Há um trabalho coordenado e em parceria dos órgãos estaduais de investigação com o governo federal para que a gente possa identificar a motivação, a razão e os responsáveis por esses incêndios para que possam ser devidamente punidos na forma da lei em função do grau de criminalidade cometida”, afirma Marina.
Segundo o Meio Ambiente, foram disponibilizados helicópteros e mais de 500 pessoas do exército brasileiro para ajudarem no combate das queimadas no estado de São Paulo.
“É preciso que se tenha a figura da emergência climática para que a gente possa trabalhar de forma continuada com os estados e os municípios”, acrescenta a ministra do Meio Ambiente.
De acordo com Marina, não é permitido o uso de fogo em áreas de vulnerabilidade e, para sanar os incêndios criminosos, o Ministério do Meio Ambiente tem estudado novas medidas para agravamento das penas.
Nesta sexta, São Paulo tem 16 focos de incêndio e mais de 15 mil agentes estão em campo para minimizar o combate, segundo o coronel Henguel Ricardo Pereira, Secretário-Chefe da Casa Militar e Coordenador da Defesa Civil do Estado.