importância do prêmio rumo ao Oscar – Zonatti Apps

importância do prêmio rumo ao Oscar

As indicações para “Ainda Estou Aqui” são, ao menos por aqui, o maior atrativo para acompanhar o Globo de Ouro. A festa chega em seu segundo ano com nova gerência e a missão de recuperar o prestígio, esfarelado por denúncias de corrupção, suborno e assédio sexual que projetaram uma sombra no que já foi considerada a celebração mais divertida de Hollywood.

Antes tocada pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, a HFPA, a “marca” foi comprada pelo bilionário Todd Boehly —proprietário, entre outras coisas, do Chelsea FC, dos LA Lakers e da Penske Media, que publica o “Hollywood Reporter” e a “Rolling Stone”— como investimento no mundo mágico do entretenimento. Dissolvida em 2023, a HFPA foi recriada como Golden Globe Foundation e segue envolvida na administração da premiação, hoje tocada pela Dick Clark Productions (outra empresa do portfólio de Boehly).

Se alguns problemas foram sanados, como a falta de diversidade e hermetismo em seu corpo votante, expandido de 85 para 300 membros, outros precisam do teste do tempo para ter um veredito. A nova categoria que premia o melhor especial de comédia standup —os indicados incluem Jamies Foxx, Ali Wong e Adam Sandler— pode trazer um recorte diferente de público. Já a preguiçosa categoria de “bilheteria global” mira o óbvio e busca premiar o que a plateia já celebrou com suas carteiras.

Um dos principais problemas da última edição do Globo de Ouro foi a escolha de seu apresentador. Quando ninguém se dispôs a encarar o trampo, defendido em anos anteriores por gente do quilate de Ricky Gervais, a organização optou pelo humorista Jo Koy, sujeito absolutamente sem graça que tropeçou no roteiro e foi desastroso quando decidiu improvisar. A festa a ser transmitida em 5 de janeiro será conduzida pela comediante Nikki Glaser. Dedos cruzados.

A festa do Globo de Ouro só tem algum vulto por ser transmitida como programa de TV —chamariz importante para que os estúdios e as emissoras de TV vendam seu peixe. Na prática, contudo, seus prêmios nunca foram levados a sério pela indústria, até por se tratar de um número muito reduzido de votantes —uma das situações contornada nessa nova gestão. O que os astros gostam mesmo da cerimônia, transmitida do hotel Beverly Hilton (também parte do portfólio de Todd Boehly) é o clima descontraído regado a bebida e piadas.

Não existe, claro, como levar a sério um prêmio que coloca o drama “Anora” e o terror “A Substância” para concorrer como comédia ou musical —entre os indicados na categoria, “Wicked” é o único que se encaixa na descrição. Mas é uma reclamação antiga e, pelo visto, não será alterada tão cedo. Critérios assim mostram que o Globo de Ouro, além de precisar de foco, não seria de forma alguma uma “prévia” do Oscar.

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