Saiba por que alguns alimentos ultraprocessados são piores que outros
Saiba por que alguns alimentos ultraprocessados são piores que outros
A categoria de alimentos industrializados é grande e abrangente, contendo produtos estereotipicamente “não saudáveis”, como refrigerantes e doce, bem como comidas aparentemente “saudáveis”, como pães integrais e iogurtes saborizados
Um estudo feito por pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard e publicado na revista científica The Lancet analisou a relação entre o consumo de ultraprocessados e a probabilidade de desenvolvimento de doenças cardiovasculares
Os pesquisadores descobriram que aqueles que comeram mais alimentos ultraprocessados tinham 11% maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares e 16% mais chances de desenvolver doenças coronarianas em comparação com quem consumiu menos industrializados
Das dez categorias de produtos industrializados que foram analisados, dois estavam claramente associados a maior risco: bebidas açucaradas e carnes, aves e peixes processados
Excluindo essas duas categorias, a maior parte do risco associado ao consumo de alimentos ultraprocessados desaparece
Alguns tipos de alimentos industrializados, inclusive, foram associados a riscos reduzidos de doenças cardiovasculares, como cereais matinais, iogurtes adoçados e saborizados, sorvetes, salgadinhos, pipoca e bolachas de pacote
As diferenças entre os “mocinhos” e os “bandidos” podem estar na forma como são processados e no que oferecem nutricionalmente
Carnes processadas, por exemplo, tendem a ser ricas em sódio e gorduras saturadas, e refrigerantes e outras bebidas doces frequentemente são altos em açúcar
Enquanto cereais integrais e pães, mesmo aqueles que são ultraprocessados, podem fornecer nutrientes valiosos, como fibras, minerais e vitaminas
Isso não quer dizer que carnes processadas e refrigerantes sejam os únicos alimentos ultraprocessados prejudiciais
Há pesquisas que associaram certos aditivos em muitos alimentos ultraprocessados, incluindo adoçantes artificiais, conservantes e emulsificantes, com condições como câncer e diabetes tipo 2
Do início do século para cá, o consumo de ultraprocessados médio na população brasileira cresceu cerca de 6%, passando de aproximadamente 13% para quase 20%, segundo dados da POF (Pesquisa do Orçamento Familiar) de 2018
O consumo de ultraprocessados costuma ser maior nas classes econômicas mais baixas devido ao custo elevado de alimentos naturais e minimamente processados e à dificuldade em obter alimentos frescos
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