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Europa estuda suspender vistos de turistas da Rússia

Os países da União Europeia devem apoiar, nos próximos dias, a suspensão do acordo de facilitação de vistos do bloco a Moscou. Na prática, caso a medida seja de fato implementada, turistas russos precisarão esperar mais e desembolsar maiores quantias pelo visto europeu. Enquanto isso, no front, Bruxelas procura intensificar os treinamentos dos soldados ucranianos. A informação é do jornal britânico Financial Times.

A suspensão dos vistos é defendida pelos países nórdicos e bálticos, além da Polônia. Mas inicialmente as principais economias do bloco haviam resistido às pressões. Milhões de russos viajam para a Europa por ano, principalmente no verão. Josep Borrell, chefe da diplomacia da UE, disse ao Financial Times que se opõe à proibição e que o bloco precisa “ser mais seletivo”.

Segundo a emissora RFI, Alemanha e Portugal consideram a proibição também prejudicial aos russos que optam por esses vistos para fugir do país. Além disso, grande parte dos turistas da Rússia que viajam anualmente para a Europa são de classe média alta, fatia da população que mais se opõe ao Kremlin -atualmente, 83% dos russos apoiam o presidente Vladimir Putin, segundo o Centro Levada, um dos principais institutos de pesquisas do país.

Independentemente da decisão de Bruxelas, a Polônia, a República Tcheca, a Finlândia e os países bálticos já disseram que suspenderão os vistos aos turistas russos, ecoando as declarações do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski. Na semana passada, o líder ucraniano pediu aos países ocidentais para que fechassem suas fronteiras para os russos. “Eles deveriam viver em seu próprio mundo até que mudem sua filosofia”, disse em entrevista ao Washington Post.

Com as viagens aéreas entre a UE e a Rússia suspensas, muitos turistas russos entram no continente por meio dos países nórdicos e bálticos. A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, disse na semana passada que 30% dos russos que viajam para a UE passam por seus aeroportos. A Finlândia, por sua vez, já impôs restrições drásticas aos vistos de turistas, reduzindo os emitidos para cerca de 10% do número atual.

O assunto será discutido, segundo o jornal britânico, a partir de terça-feira (30), quando os ministros de Relações Exteriores dos países do bloco se reunirão em Praga. Um dia antes, os chefes das pastas de Defesa conversarão sobre potenciais treinamentos de soldados ucranianos organizados por Bruxelas.

Na quinta, o Kremlin, por sua vez, anunciou a ampliação de seu efetivo militar, elevando-o de 1,01 milhão para 1,15 milhão (aumento de 10%). Ao todo, incluindo o pessoal não envolvido em operações militares, o Ministério da Defesa passaria de 1,9 milhão para 2,04 milhões de servidores.


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A proposta, porém, ao menos oficialmente, não espantou os aliados de Kiev. Neste domingo (28), o Ministério da Defesa do Reino Unido declarou que a “medida não traria grande impacto à guerra, dado que a Rússia perdeu dezenas de milhares de soldados na Ucrânia”. A Rússia parou de divulgar dados em março, quando admitia 1.350 mortos.

Ainda na linha de frente da guerra, mísseis russos atingiram, neste domingo, uma fábrica de motores de aviões na região de Zaporíjia, na Ucrânia -onde também fica a maior usina nuclear da Europa, que segundo autoridades pode ser palco de acidente radioativo. Não há informações sobre feridos no local.

A situação na usina, aliás, foi o principal argumento para que Moscou vetasse uma declaração conjunta sobre o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP). O último rascunho do documento expressava “grave preocupação” com as atividades militares ao redor de centrais ucranianas, assim como com a perda de controle de Kiev sobre esses locais e o impacto negativo para a segurança -o trecho, claro, não agradou o Kremlin.

Neste domingo, os Estados Unidos criticaram o veto russo. “Apesar da cínica resistência da Rússia, o fato de que todas as outras partes apoiaram o documento final demonstra o papel essencial do tratado na prevenção da proliferação nuclear”, disse o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patel.


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