A três dias das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, o presidente americano, Joe Biden defendeu nesta sexta-feira (4) o resultado econômico de seu governo. Mas a alta da inflação e a queda do poder aquisitivo da população terá impacto nas urnas, analisa o professor de Economia francês Jérémie Ghez da HEC (Escola de Altos Estudos Comerciais), uma das faculdades de Administração de Empresas mais conhecidas do país.
A três dias das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, o presidente americano, Joe Biden defendeu nesta sexta-feira (4) o resultado econômico de seu governo. Mas a alta da inflação e a queda do poder aquisitivo da população terá impacto nas urnas, analisa o professor de Economia francês Jérémie Ghez da HEC (Escola de Altos Estudos Comerciais), uma das faculdades de Administração de Empresas mais conhecidas do país.
“Percorremos um longo caminho nos últimos 20 meses para fortalecer a economia”, afirmou o presidente americano durante uma viagem a San Diego, Califórnia, nesta sexta-feira (4). Os Estados Unidos enfrentam sua pior inflação em 40 anos. Biden prometeu acabar com a alta dos preços e aumentou os investimentos feitos na área de meio ambiente e na produção de semicondutores.
Apesar da crise, a economia dos Estados Unidos têm pontos positivos: a taxa de desemprego é de 3,7% e 261 mil postos de trabalho foram criados em outubro, apesar do aumento das taxas de juros, propício à recessão.
“Quando o país passa por dificuldades econômicas e a população é obrigada a escolher suas despesas, o que nunca foi necessário antes, trata-se de uma má notícia para o partido que está no poder”, disse o especialista francês Jéremie Ghez à RFI.
“A inflação é um problema. Houve um erro tático da parte dos democratas. Eles acreditavam que estavam protegidos pela pouca popularidade do partido Republicano, principalmente depois da decisão tomada pela Corte Suprema em relação ao aborto. Mas, o descontentamento e as dificuldades econômicas tornam a situação eleitoral complicada para o partido”, conclui.
As pesquisas indicam a vitória dos conservadores na Câmara dos Representantes, que se renova por completo, e uma estreita maioria republicana no Senado, onde está em jogo um terço dos assentos.
Contexto econômico favorece retorno de Trump
Nesse contexto, Trump está deixando cada vez mais clara sua intenção de voltar à Casa Branca. “Preparem-se, é tudo o que digo. Em breve”, afirmou na noite de quinta-feira (3) aos seus apoiadores, no estado de Iowa.”Vamos recuperar o Congresso, vamos recuperar o Senado e, em 2024, retomaremos a Casa Branca”, declarou.
O magnata, que nunca reconheceu sua derrota em 2020, apoiou um grande número de candidatos para as eleições de 8 de novembro, que renovam parte do Congresso, vários governadores e outros cargos municipais. Trump multiplicou os comícios de apoio e, se os conservadores vencerem as eleições de meio mandato, é provável que ele aproveite para formalizar sua candidatura o mais cedo possível.
Nesta sexta-feira, citando fontes anônimas, o site de notícias Axios apostou na data de 14 de novembro para o anúncio, que também poderia afetar as pendências judiciais de Trump. O bilionário do setor imobiliário é investigado por seu suposto papel na invasão ao Capitólio, a gestão de documentos da Casa Branca e, em Nova York, por assuntos financeiros.
Redutos ameaçados
Em Nova York, reduto democrata por mais de 20 anos, os republicanos também podem tomar a dianteira. Para socorrer a governadora Kathy Hochul, o partido Democrata enviou a ex-secretária de Estado Hillary Clinton e a vice-presidente, Kamala Harris. Os democratas também podem perder outros redutos, como Oregon e Colorado.
Para obter mais votos, republicanos também acusam Biden pela crise migratória na fronteira com o México e pelo aumento da criminalidade no país. O presidente já disse que tem a intenção de concorrer à reeleição, o que não é necessariamente a melhor opção para os democratas: Biden é impopular e logo completará 80 anos.
(Com infomações da AFP)