Segundo um levantamento realizado pela plataforma de inteligência Cortex, existem no Brasil 11.562 startups em atividades, com destaque para os segmentos de:
- Tecnologia da Informação (TI) – 28%;
- Serviços – 22%;
- Varejo – 16%;
- Indústria – 11%;
- Mercado Financeiro – 6%.
Vale frisar que o conceito de startup define empresas com ideias inovadoras que utilizam modelos de negócios escaláveis e repetíveis, capazes de oferecer impactos positivos na sociedade, em termos de produtos e serviços.
Normalmente, a proposta não foi executada de forma prática e deve estar alinhada com os conceitos de sustentabilidade.
Da mesma forma, a dinâmica de trabalho e gestão dessas pessoas são diferentes do formato tradicional, com incentivos para atrair profissionais com perfil empreendedor. A título de exemplificação, um colaborador que ajudou a construir uma startup pode tornar-se sócio do negócio.
Apesar disso, é importante destacar que, qualquer empreendimento que tenha a intenção de crescimento precisa ter uma atenção especial com o setor contábil.
O professor do curso técnico em contabilidade, Carlos Eduardo Lima de Morais, explica que um erro comum, praticado por sócios inexperientes, é assumir o gerenciamento da contabilidade, sem ter o conhecimento necessário.
“Como profissional, testemunhei casos nos quais os proprietários tinham ideias muito boas, mas a gestão da empresa foi horrível, o que literalmente ‘matou’ o projeto antes mesmo do negócio alavancar. Por isso, é preciso compreender que a gestão contábil é essencial para o sucesso de um empreendimento, independentemente de ser uma startup”, argumenta.
Carlos Eduardo revela que existem burocracias legais solicitadas pelos órgãos do governo, no momento de criação de uma empresa e ainda, para dar andamento ao desenvolvimento das atividades.
Sendo assim, nesse sentido, vale reforçar alguns procedimentos importantes, entre eles:
- Recolhimento de impostos;
- Entrega de declarações obrigatórias;
- Apresentação de alvará de funcionamento;
- Atendimento de normas exigidas por órgãos específicos como as secretarias de meio ambiente, entre outros.
“Todos os itens citados não podem ser controlados por qualquer profissional e sem experiência adequada. Sendo assim, a melhor alternativa é contratar o serviço de um contador para que ele possa fazer o gerenciamento da movimentação financeira, contábil e fiscal da startup”, orienta.
Serviço contábil em startups
É importante salientar que por meio do serviço contábil, a startup consegue controlar e mensurar os riscos que o investimento exigirá, evitando desequilibrar as finanças para dar conta dos investimentos necessários. Dessa maneira, confira algumas vantagens que a empresa terá ao contratar um profissional:
- Redução de erros ou falhas nas declarações fiscais
- Escolha do melhor regime tributário;
- Auxílio na captação de investidores;
- Descentralização da gestão empresarial.
Com essa organização, os sócios fundadores poderão focar no impulsionamento do negócio, evitando desperdício de tempo e energia com questões burocráticas que envolvam a constituição e manutenção da empresa diante do governo.
“Resumidamente, o serviço de contabilidade para startups se mostra como algo essencial que ajuda a atrair novos investidores, diminuir os riscos inerentes a qualquer novo empreendimento, mantendo sua gestão de acordo com a lei, ao mesmo tempo que aumenta as chances de sucesso e crescimento”, reforça o especialista.
O que diferencia o formato de gestão contábil de uma empresa convencional e uma startup é que a primeira, geralmente, está consolidada no mercado e tem objetivo de se manter assim no longo prazo, podendo aumentar ou não de tamanho.
“Em contrapartida, a startup não conta com recursos iniciais para ser criada, e, por isso, busca investidores para conseguir um crescimento mais rápido em curto e médio prazo”, complementa Carlos Eduardo.
Dicas contábeis
Com orientação do contador, os sócios da startup terão mais segurança para escolherem o regime tributário mais adequado à proposta de negócio, por isso, a importância de contar com a análise de um especialista para avaliar:
- O tipo de atividade econômica;
- Faturamento;
- Questões fiscais.
“Por meio desse acompanhamento dos indicadores econômico-financeiros é possível evitar vários problemas para qualquer tipo de empreendimento. É possível visualizar o grau de liquidez da empresa que é algo importante para projetar o crescimento e evitar problemas com falta de recurso em caixa”, conclui o docente.
Como foi possível observar, a contabilidade tem um papel muito importante na gestão de qualquer negócio e com as startups não seria diferente. Por isso, para começar com o pé direito é essencial começar com a contratação de um contador. Confira as orientações do especialista:
Conte com apoio profissional – Contrate um contador ou um escritório de contabilidade, pois, com este apoio você conseguirá fazer uma boa gestão de riscos, adequação tributária, cumprimento das obrigações principais e acessórias da empresa e mapear boas oportunidades de mercado. Seguindo esta primeira dica ficará mais fácil se dedicar ao foco principal de qualquer startup que é: gerar resultados o mais rápido possível fazendo a empresa crescer exponencialmente.
Planejamento – Não fazer um planejamento adequado e, acima de tudo, não seguir o cronograma que foi combinado. Com certeza surgirão imprevistos que não foram mapeados na fase de elaboração do projeto. Contudo, isso é bem diferente de abandonar totalmente o que foi planejado. Isso não seria lidar com imprevistos e, sim, uma total negligência com a gestão do negócio.
Público-alvo – Não ter bem definido seu público-alvo. De nada adianta ter uma ideia considerada super inovadora se você não a testou com seu público-alvo. Por isso, uma das primeiras coisas a se fazer é ir a campo e estruturar o mapeamento do perfil de usuário da sua ideia de negócio. Desse modo, será possível identificar com maior clareza os problemas que seu produto ou serviço se propõe a resolver.
Recursos investidos – Gastar de forma errada os recursos financeiros. Não é uma regra que para iniciar um negócio você precisa ter um grande aporte financeiro. Alguns gestores acreditam que precisam gastar muito para que o negócio gere resultados.
No entanto, gastar bastante não é sinônimo de agir assertivamente. Por isso, uma dica de ouro seria controlar bem o dinheiro que será investido, sem fazer grandes apostas nos primeiros meses já que seu público-alvo e produto ou serviço ainda não foram totalmente mapeados e estruturados.
Inflexível – Ser inflexível com as ideias iniciais. Uma startup parte de uma ideia disruptiva que irá mudar o mercado como o conhecemos ou ainda, de uma ideia incremental que usará algo que já existe e modificar ou melhorar.
Dito isso, não faz sentido se apegar a ideia inicial, já que ela certamente irá mudar com o passar dos meses.
Um ponto importante é lembrar que o mercado é quem diz como resolver os problemas e não o contrário. Cabe ao empreendedor apresentar uma solução e caso não seja a ideal, não se apegue e esteja aberto para mudá-la ou adaptá-la, de acordo com as orientações e dicas apresentadas pelos usuários.
Com informações da In Press Porter Novelli