SG Lewis é um dos artistas mais peculiares de sua geração. Ele existe entre o espaço de ser um DJ e um músico de estúdio, já colaborou com nomes que vão desde Elton John até Tove Lo e segue conquistando fãs justamente por essa perspectiva tão única que só alguém tão plural pode oferecer.
Em 2023, o britânico divulgou seu segundo disco de estúdio, AudioLust & HigherLove. Expandindo a sonoridade de sua estreia times (2021), SG Lewis mostra essa dualidade ao oferecer um álbum dividido em duas partes, ambas igualmente interessantes mas sob olhares musicais muito diferentes.
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O músico explica em comunicado à imprensa que o trabalho foi escrito “no auge da pandemia”, e até por isso é perceptível a sensação de urgência com a qual Lewis nos oferece algo para dançar. Quase que incontrolavelmente, somos tomados pela necessidade de mexer o corpo ao som de músicas como “Call On Me” e “Oh Laura”.
Resgatando a pegada que o consagrou em times, onde chegou a colaborar com o lendário guitarrista Nile Rodgers (Chic), a segunda parte do trabalho conta com canções como o hit “Vibe Like This”, que remete a um som nostálgico sem abrir mão do moderno.
Para entender melhor o equilíbrio entre esses dois mundos, batemos um papo com SG Lewis e você confere o resultado abaixo!
TMDQA! Entrevista SG Lewis
TMDQA!: Como é o processo de existir entre os espaços de ser um DJ e também um artistas de performances mais tradicionais?
SG Lewis: As pessoas me perguntam bastante sobre isso, esse crossover entre ser DJ e ser um artista. Mas na minha cabeça, as duas coisas alimentam muito uma a outra. Sabe, eu acho que ser um DJ significa apenas que você é exposto a várias músicas e o seu conhecimento de história musical é mais amplo. Então, quando estou no estúdio, criando músicas, eu tenho mais referências e mais exemplos de músicas que eu já ouvi. Acho que simplesmente oferece mais ferramentas para que eu possa ser criativo no estúdio.
TMDQA!: Esse seu perfil como produtor, DJ, artista, ajuda bastante a ter confiança no som mais único que você está criando, né?
SG: É, eu acho que eu sempre tentei fazer um pouco de tudo; às vezes melhor, às vezes pior. Mas eu acho que ter essa versatilidade e ser capaz de ter controle criativo ao redor de tantos aspectos diferentes significa que eu consigo realmente controlar a minha música. E, de verdade, eu posso evitar de ter a opinião de tanta gente e coisas do tipo, o que eu acho que é importante.
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TMDQA!: Olhando para trás, para o times e tendo trabalhado com Nile Rodgers e tudo mais, como você acredita que se deu esse movimento de mergulhar em um som mais moderno sem perder sua essência?
SG: Eu acho que, sabe, eu sou apenas um estudante da música. E eu olho para esses tipos de gêneros do passado e eras anteriores como inspirações. Mas eu acho que a tecnologia que está disponível para nós agora significa que a música é modernizada automaticamente, porque há processadores e softwares e a abordagem da coisa é diferente. É como se as coisas que eles tinham à disposição antigamente fizessem tudo soar diferente quase que de forma padrão mesmo. Nunca é uma decisão consciente, é só algo que meio que acontece como resultado dessa situação.
TMDQA!: E como essas experiências passadas te influenciaram para escrever “Vibe Like This”?
SG: Bom, eu vinha fazendo muita coisa nessa pegada Yacht Rock no sentido instrumental, porque eu vinha ouvindo muito Pop e Rock dos anos 80. Então, quando eu entrei no estúdio com o Ty [Dolla $ign] e o Lucky [Daye], eu toquei uma batida dessas pra eles e eu nem tinha certeza de que essa seria necessariamente a que eles iriam escolher. Mas, pra eles, tinha elementos do R&B dos anos 90 também, o que fez eles se empolgarem; acho que eles dois são bastante influenciados pelo R&B dos anos 90, e aí juntando todas essas coisas eu acho que nós simplesmente criamos algo novo e único, e algo que empolgou todos nós.
TMDQA!: Há diversos feats incríveis no novo disco, e eles já se somam a uma série de outras colaborações sensacionais que você tem no currículo. Quem falta? Qual o seu feat dos sonhos?
SG: Eu diria que a Sade é o meu objetivo maior de colaboração! Seria um sonho.
TMDQA!: Você já esteve no Brasil e você falou um pouco sobre isso em outras entrevistas, e agora eu sinto que você está maior do que nunca aqui. Você tem alguma memória preferida do seu tempo aqui? Como estão os planos pra voltar?
SG: Eu tenho memórias incríveis do Rio de Janeiro. E uma das minhas preferidas é que um dos meus clipes preferidos da vida é “Beautiful”, do Snoop Dogg e Pharrell, e foi filmado no Rio de Janeiro. E tem todas essas cenas diferentes! Então eu meio que fiz uma peregrinação para ir em cada cena do vídeo, e uma delas é o bar em que o Snoop Dogg aparece sentado no início do vídeo, e tem uma baita vista de lá. Ele encontra umas mulheres lá e recebe uma ligação. Então, nós fomos até lá, e nós conhecemos os donos e tocamos algumas músicas, fizemos um churrasco e bebemos e eu vi o pôr-do-sol e foi simplesmente uma das memórias incríveis que eu já tive.
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