Ana Carolina Oliveira falou sobre sua filha Isabella Nardoni e o que viveu desde o adeus
A mãe da menina Isabella Nardoni, Ana Carolina Oliveira, fez um emocionante relato em uma rara aparição que ocorreu há alguns meses. Recentemente, a difícil história da menina voltou à tona após sua madrasta, Anna Carolina Jatobá, ter sido solta.
A pena de Anna Carolina Jatobá progrediu para o regime aberto e ela passa a responder em liberdade. O caso da menina Isabella comoveu o país em 2008. A menina foi vítima de seu próprio pai, Alexandre Nardoni, que segue preso, e de sua madrasta.
A mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, vive uma vida discreta atualmente, 15 anos após o acontecimento. Mas ela abriu uma exceção há alguns meses e fez um discurso no evento de abertura do Movimento Nacional em Defesa das Vítimas. Essa mobilização tem como foco a proteção integral das vítimas e seus familiares.
A mãe de Isabella Nardoni começou seu discurso relatando sua história após o adeus a filha. “Eu queria contar um pouco a minha história e dizer como foi a minha trajetória desses passados hoje 14 anos. Eu era uma pessoa normal, uma pessoa que vivia uma vida comum, como muitos aqui e simplesmente vi minha vida virar de cabeça para baixo por nunca ter vivido ou conhecido alguém próximo que tivesse passado pela mesma situação. Para mim foi muito difícil, além da perda da minha filha, ter que enfrentar a justiça. Ter que diariamente enfrentar batalhas. Então para mim foi uma mudança grande vida e que eu tracei como meta e objetivo que até o dia do julgamento eu não cansaria e não pararia em momento algum e foi o que eu fiz. Desde o momento em que me encontrei dentro da delegacia tendo que prestar depoimento, enfrentar batalha com advogados, algo muito longe da minha realidade. Onde graças a Deus eu encontrei pessoas no caminho que fizeram muito pelo meu caso, eu tive acolhimento de pessoas que se engajaram em descobrir o que tinha acontecido”, disse ela.
Ana Carolina Oliveira então contou que inicialmente não conseguia acreditar em tudo que havia ocorrido. “Inicialmente você fica descrente, tenta achar respostas e até o momento em que se decreta uma pr1são e você não sabe o que tá acontecendo nas investigações porque realmente você não faz parte disso. Eu fui muito acolhida. Tem pessoas que passaram por situações como a minha que não tiveram esse acolhimento. Durante esses dois anos enfrentei noticias novas, descobertas, as quais não gostaria de acreditar, mas que a gente tem que enfrentar”, afirmou ela.
A mãe de Isabella Nardoni então falou sobre não poder ter participado do julgamento como gostaria. “E chegado o momento de você se encontrar no julgamento em que eu não pude participar porque encontramos pessoas no caminho que não me permitiram isso, que queriam na época que eu ficasse lá pra fazer uma possível acareação da qual não sabia pra que, tudo tinha uma estratégia e um motivo para eles. Então eu não pude acompanhar de perto tudo isso, vendo o julgamento, mas tive pessoas que me representaram e depois de cinco dias de julgamento, o julgamento aconteceu de segunda a sexta, no último dia eu fui dispensada por um psicólogo e fui para minha casa ver a sentença eu posso dizer, eu Ana Carolina sai buscando a justiça e pude ver a justiça ser feita. Isso não me deixou feliz, mas é uma forma de acalmar meu coração. Acalmar o coração da minha família que se destruiu, a gente nunca mais é o mesmo, mas busca forças pra continuar. Os nossos filhos não vão voltar, mas essa resposta deixa a gente, a gente se sente acolhido e acho que é isso que todo mundo busca. Essa briga por nós. Nós temos quem possa fazer isso e nos defenda. É isso que todas as vítimas esperam”, contou ela.
Ana Carolina Oliveira então contou que conseguiu reconstruir sua vida e falou brevemente sobre seus outros dois filhos de seu atual casamento, um menino e uma menina. “São 14 anos já passados, para a gente que passa pela situação parece que foi ontem. Hoje graças a Deus eu tenho minha vida reconstruída, eu tenho dois filhos. E eu desejo, gostaria muito, que ninguém precisasse defender ninguém, que não tivessem mais vítimas, mas infelizmente isso acontece todos os dias”, concluiu ela.