Cientistas marinhos recentemente desvendaram um dos maiores mistérios das profundezas do Oceano Pacífico, com uma descoberta que redefine nossa compreensão da longevidade da vida marinha. A Monorhaphis chuni, uma esponja de vidro, emergiu das sombras do Mar da China Meridional como uma verdadeira relíquia do passado, com surpreendentes 17 mil anos de idade.
Criaturas milenares descobertas no oceano
Imagem: Mistérios do Mundo/Reprodução
O Mar da China Meridional, uma das regiões marinhas mais enigmáticas e pouco exploradas do mundo, é agora o lar do ser vivo mais antigo conhecido pela ciência. A descoberta da Monorhaphis chuni, uma esponja de vidro, representou uma reviravolta na pesquisa marinha.
Mas o que torna essa criatura tão especial? Além de sua incrível longevidade, a Monorhaphis chuni desempenha um papel fundamental no ecossistema do fundo do mar. Agindo como um filtro natural, essa esponja retira plânctons e bactérias da água, ao mesmo tempo em que altera a composição química do ambiente marinho.
Um dos aspectos mais intrigantes da Monorhaphis chuni é o impacto que ela teve no ambiente ao longo dos milênios. Os cientistas, por meio da minuciosa análise dos anéis que compõem o caule da esponja, fizeram uma descoberta notável: a concentração de sílica, um componente-chave para a saúde dos oceanos, era 12% maior em uma era que corresponde ao fim da última Idade do Gelo.
Essa descoberta sugere que o aumento na produção de diatomáceas, que são microalgas que absorvem dióxido de carbono, poderia ter desempenhado um papel crucial na redução do CO2 atmosférico, contribuindo assim para o resfriamento climático.
Além disso, o Oceano Pacífico revelou outro segredo surpreendente, desta vez na costa da Califórnia. O ecologista marinho, Jeff Goddard, fez uma descoberta notável ao encontrar exemplares vivos de um molusco que se acreditava estar extinto há 40 mil anos.
Esses pequenos bivalves translúcidos, com pé branco brilhante e listrado, foram inicialmente fotografados e posteriormente identificados como uma espécie previamente conhecida apenas por registros fósseis.
Paul Valentich-Scott, um especialista em moluscos, rastreou a literatura científica e confirmou que os espécimes vivos e os fósseis eram da mesma espécie. Essa rara descoberta ressalta a capacidade do oceano de revelar segredos há muito perdidos e a importância da pesquisa contínua para entender nosso mundo marinho.