O Flamengo demitiu o técnico Jorge Sampaoli na última quinta-feira (28). A gota d’água do trabalho que já vinha decepcionando foi a derrota na final da Copa do Brasil para o São Paulo, por 2 a 1 no placar agregado. Relembre aqui como o trabalho do argentino foi de promissor para uma verdadeira tragédia em pouco mais de cinco meses:
Sampaoli desembarcou na Gávea em 14 de abril deste ano. De lá para cá, foram 39 jogos disputados, com 20 vitórias, 11 empates e oito derrotas. Os números, se analisados friamente, parecem e são bons. Mas muitas coisas se escondem por trás das estatísticas
Na primeira metade do trabalho, o Flamengo parecia enfim ter encontrado uma luz após a também frustrante passagem de Vítor Pereira. O Rubro-Negro chegou a emplacar uma sequência de 10 jogos sem derrota, mas tudo mudou após a partida contra o Atlético-MG, em BH, na 17ª rodada do Brasileirão
Depois de vencer o Galo por 2 a 1, lá atrás, em julho, o atacante Pedro e o então preparador físico de Sampaoli, Pablo Fernández, brigaram no vestiário do estádio Independência, e o preparador deu um soco no rosto do jogador
Pedro chegou a abrir um boletim de ocorrência e o Flamengo demitiu Fernández. No entanto, a atuação de Sampaoli no caso deixou marcas negativas, que se expressariam de forma ainda mais forte no futuro. Além de tentar manter posição neutra no ocorrido, o treinador foi criticado internamente pelo desamparo com Pedro após a agressão
Poucos dias depois, o Flamengo jogou as oitavas de final da Libertadores contra o Olímpia. Apesar de vencer no primeiro jogo, o clima era pesado. Entre a ida e a volta, o Rubro-Negro ainda foi goleado por 3 a 0 pelo Cuiabá. Na partida de volta, o time acabou eliminado e deu adeus ao mais importante torneio do continente
Um mês depois, novamente antes de um jogo decisivo, mais uma crise que evidenciou a falta de comando de Sampaoli com o vestiário rubro-negro. Durante um treino, o volante Gerson e o lateral Varela trocaram socos. Dias depois, o Flamengo recebeu o Grêmio pelas semifinais da Copa do Brasil, mas, apesar do clima ruim, a classificação veio
Mesmo com a vaga na final do torneio, o trabalho de Sampaoli era muito questionado, especialmente pela falta de sintonia do treinador com o elenco. Ainda assim, a continuidade do técnico se dava pelos resultados em campo. No entanto, as rodadas do Brasileirão que antecederam a grande decisão da Copa do Brasil, contra o São Paulo, mostraram que os jogadores já não compravam mais as ideias do argentino
Contra Internacional (0 a 0), Athletico-PR (derrota por 3 a 0) e Goiás (0 a 0), a atuação do time do Flamengo foi de fazer até o torcedor mais apaixonado desligar a televisão, ou sair do estádio. A única exceção foi a merecida vitória contra o Botafogo, uma das únicas apresentações inspiradas do time nas últimas semanas
Outra evidência do distanciamento entre elenco e treinador ocorreu nas duas finais contra o São Paulo. Nos dois jogos, durante as paradas para hidratação, Sampaoli tentava desesperadamente passar instruções aos seus jogadores, que pareciam ignorar o argentino
Depois de perder no jogo de ida por 1 a 0, em pleno Maracanã, a demissão de Sampaoli era praticamente unanimidade entre a diretoria rubro-negra. Apenas o presidente do Fla, Rodolfo Landim, apoiava a permanência do treinador. Após o vice-campeonato da Copa do Brasil se confirmar, o apoio de Landim acabou. Assim como a frustrante passagem de Sampaoli pela Gávea