Destaque para a primeira retrospetiva em Portugal dedicada à realizadora britânica Joanna Hogg.
O ciclo temático em torno da Transição e Movida em Espanha; a primeira retrospetiva em Portugal dedicada à cineasta britânica Joanna Hogg; Towards the Last Movies, uma prova de resistência para cinéfilos pela noite dentro; a palestra com o filósofo Byung-Chul Han; o Centenário de Lindsay Anderson; e uma exposição de CAConrad, Alice dos Reis e Pedro Neves Marques, são alguns dos destaques do programa do Batalha para abril e maio.
Apresentado entre 6 e 31 de maio, o ciclo temático “El Futuro Ya no Está Aquí” oferece uma perspetiva sobre a transição espanhola para a democracia.
As margens da sociedade apareceram finalmente no grande ecrã graças a cineastas como como Almodóvar, Saura, Eloy de la Iglesia e a géneros como o movimento Quinqui, com foco na delinquência. A eles juntaram-se, a primeira realizadora feminista do país, Josefina Molina, e as expressões de cinema queer e trans, proibidas pelo Franquismo. Uma época que estará retratada em nove filmes e uma performance.
Consagrada em 2019 com “The Souvenir”, um drama autobiográfico sobre o crescimento pessoal e criativo de uma estudante de cinema, Joanna Hogg terá a primeira retrospetiva em Portugal, no Batalha, de 1 de abril a 17 de maio, que inclui a estreia nacional do seu mais recente filme, “The Eternal Daughter” (2022).
Nestes dois meses, o Batalha apresenta também uma retrospetiva dedicada a Luísa Homem, de 14 de abril a 13 de maio, que inclui os filmes da realizadora e uma seleção das suas colaborações.
A 5 de maio, é apresentado um foco dedicado a Riar Rizaldi, com as curtas-metragens do artista e uma performance-ensaio sobre a história propagandística dos filmes de terror indonésios.
Preserverança, centenário de Lindsay Anderson e Canijo em antestreia
No fim de semana de 29 e 30 de abril, é apresentado “Towards the Last Movies”, um programa radical, surpreendente e macabro que inclui uma seleção de filmes vistos por ícones do século XX momentos antes das suas mortes. São os “últimos filmes” de Anne Frank, Kurt Cobain, Pier Paulo Pasolini, ou Olof Palme. Um exercício de resistência pela noite dentro que só termina na manhã do dia seguinte começa às 17h15 de sábado e acaba às 10h00 de domingo. O programa tem um bilhete único de 10 euros e os espectadores mais perseverantes serão premiados.
Em abril e maio, serão também assinalados o centenário do mestre do cinema britânico Lindsay Anderson; o Dia da Terra, com uma sessão programada pela Greve Climática Estudantil do Porto; o 25 de Abril, com um filme e uma conversa-performance de Filipa César e Alexandre Alves Costa; e uma sessão dedicada a Louis Benassi, notável artista, cineasta e produtor da contracultura.
Programadas para o Batalha estão ainda as antestreias dos novos filmes de João Canijo, “Mal Viver” (2023) – Vencedor do Urso de Prata em Berlim – e “Viver Mal” (2023).
No programa Luas Novas, dedicado a nomes emergentes do cinema português, serão apresentadas obras de Laura Carreira, a 20 de abril, e Welket Bungué, a 19 de maio.
O ciclo Seleção Nacional, dedicado ao cinema português e à sua história, continua a apresentar a “Constelação #2: El Dorado”, focada na relação do cinema português com as ex-colónias. Aqui poderão ser vistos filmes de Alberto Seixas Santos, Faria de Almeida, Inês de Medeiros, Carlos Conceição, José Miguel Ribeiro, Margarida Cardoso, entre outros.
Cineclubismo, famílias e exposições
Quinzenalmente, aos domingos, as Matinés do Cineclube apresentam uma seleção de filmes que recordam momentos-chave da vida do Cineclube do Porto, o mais antigo cineclube português no ativo.
Já o programa para Famílias, com sessões quinzenais entre 1 de abril e 27 de maio, inclui filmes que se cruzam com a restante programação de cinema e o espetáculo Lanterna Mágica – no qual o realizador Abi Feijó e a professora Elsa Cerqueira propõem uma viagem até às raízes do cinema musicada ao vivo por André Aires, Guilherme Magalhães e Rafael Silva.
Em “A Minha História de Cinema”, o Batalha recebe o filósofo coreano Byung-Chul Han, a 11 de abril, e a cineasta e escritora vietnamita Trinh T. Minh-há, a 9 de maio. Neste ciclo de palestras, o Batalha convida várias personalidades a explicar a sua relação com diferentes formas de produção de cinema, através de experiências e a apresentação de filmes que marcam a vida e até práticas profissionais de cada uma.
Entre 20 de maio e 20 de agosto, a Sala-Filme acolhe a exposição de CAConrad com Alice dos Reis e Pedro Neves Marques, “Escondidas na caverna” que forjamos umas das outras. Visando oferecer ao público uma introdução ao trabalho da aclamada poeta americana CAConrad, esta exposição inclui elementos fílmicos produzidos em Nova Iorque no verão de 2022 e novas obras produzidas a partir da escrita da autora. O programa da exposição inclui, a 21 de maio, uma leitura de The Book of Frank com CA Conrad e pessoas convidadas.