O pequeno João Miguel, de 10 meses, viralizou no TikTok por um fator curioso: o excesso de pelos, uma condição rara que chamou a atenção de internautas — que disseram que o bebê tinha a aparência de um adulto. Isso fez com que seu perfil na rede social atingisse a marca de mais de 117,1 mil seguidores, rendendo até mesmo repercussão na imprensa internacional, no tabloide britânico Daily Star.
A condição é chamada de hipertricose e consiste no crescimento aumentado de pelos em qualquer área do corpo, explica a tricologista Viviane Coutinho.
“Não se sabe exatamente a causa, mas considera-se que possa ser desencadeada por uma mutação genética ou hereditária. Algumas variedades de hipertricose, como a hipertricose congênita, resultam de mutações genéticas com impacto no desenvolvimento dos pelos.”
O pediatra Nelson Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria, afirma que a hipertricose genética pode aparecer já no nascimento da criança.
Já o quadro não hereditário pode ocorrer em qualquer período da vida, por razões hormonais, como ovários policísticos; na fase de crescimento; na adolescência; e até devido a tumores.
Entre os fatores que podem agravar a hipertricose, Viviane elenca os níveis altos de testosterona e o hipotireoidismo, além da má nutrição e do uso de alguns medicamentos.
“A gravidade da hipertricose pode alterar-se com o passar do tempo e o envelhecimento, mas, em geral, não costuma apresentar melhorias por si só. A persistência ou a melhora da hipertricose estão condicionadas às causas subjacentes da condição”, alega a tricologista.
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O diagnóstico da hipertricose é feito de forma clínica, podendo incluir exames de sangue. O tratamento varia conforme a causa e pode incluir terapias hormonais e métodos de depilação, como o laser.
É importante manter o acompanhamento, de modo a avaliar o quadro e fazer os ajustes necessários.
Os profissionais ressaltam que a condição pode gerar prejuízos, principalmente psicossociais, afetando a autoestima e a saúde mental de quem tem hipertricose.
Além disso, pode haver uma maior sensibilização da pele e risco de infecções, a depender do método utilizado para a depilação.