Comparado com “John Wick”, thriller alucinante que acaba de estrear na Netflix vai espirrar adrenalina nos seus olhos – Zonatti Apps

Comparado com “John Wick”, thriller alucinante que acaba de estrear na Netflix vai espirrar adrenalina nos seus olhos

Lee Chung-hyun tem apenas 33 anos, mas uma carreira promissora no cinema. O cineasta sul-coreano é o nome por trás do aclamado “A Ligação” e agora lança seu “A Bailarina”, novo suspense recheado de ação, estrelado por sua namorada, a atriz Jeon Jong-seo. Para o realizador, o vínculo beneficiou o trabalho, já que os dois se conhecem tão bem que tornou mais fácil lidarem entre si nos sets de filmagem e compartilhar seus objetivos para o papel.

Produzido pelo Climax Studio, o cronograma de “A Bailarina” começou a rodar desde abril de 2022, quando o filme foi confirmado. As gravações ocorreram em outubro do mesmo ano e, em janeiro de 2023, a Netflix anunciou que o filme faria parte de seu catálogo. A estreia do longa-metragem foi no Festival Internacional de Cinema de Busan, em outubro deste ano, e ganhou críticas positivas.

O roteiro de Lee Chung-hyun é misterioso e não revela muito de seus personagens ao espectador. Com uma fotografia sombria e cheia luzes neon, no estilo Nicolas Winding Refn, Bailarina é um deleite visual e uma espécie de noir que se mantém enigmático do início ao fim, dando uma sensação de estarmos perdidos dentro de um sonho. Nada parece muito real.

Os flashbacks são ainda mais nebulosos, com uma fotografia com um brilho difuso, meio borrado. Ok-ju (Jeon Jong-seo) tem lembranças de se encontrar com a amiga bailarina Min-hee (Park Yu-rim) em uma cafeteria. Suas personalidades são contrastantes. Enquanto Min-hee é doce, alegre e ensolarada, Ok-ju é durona, parece imersa em seus próprios pensamentos, sem muita expressão no rosto, embora seus olhos sejam extremamente profundos. Até mesmo suas profissões são opostas. Min-hee é uma delicada bailarina, enquanto Ok-ju costumava trabalhar como guarda-costas. Elas se conhecem desde os tempos de escola.

Quando Ok-ju descobre o corpo de sua amiga com uma pista que a levará ao culpado, começa uma jornada por uma vingança implacável. Choi Pro (Kim Ji-hoon) é o alvo de sua busca. Ele é um traficante de mulheres que trabalha para um grupo criminoso que também atua com outros negócios escusos, como pornografia e tráfico de drogas. Mas não só isso, Choi Pro é uma espécie de sádico que abusa de suas vítimas desacordadas enquanto as filma.

Kim Ji-hoon interpreta seu vilão de forma tão eficiente que é impossível não odiá-lo junto com Ok-ju no decorrer do filme. Ele se torna merecedor de cada dor que ela é capaz de suscitar nele. E a vingança de Ok-ju não ocorre sem muitos perrengues. Ela luta, apanha, comete erros e se levanta novamente. Seu rosto, no entanto, mantém sempre a mesma expressão intrigante de tristeza e raiva.

Ao lado de “Jogo Justo”, que estreou na mesma semana na Netflix, o filme parece integrar um levante contra a ascensão machista na web. Neles, duas protagonistas mulheres se destacam em profissões predominantemente masculinas e causam o furor dos misóginos de plantão. A vingança feminina nunca esteve tão poderosa e bonita como nestas produções, que ainda foram precedidas pela estreia de “Bela Vingança”, de Emerald Fennell.


Filme: A Bailarina
Direção: Lee Chung-hyun
Ano: 2023
Gênero: Suspense/Ação
Nota: 8/10

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