Morreu na segunda-feira (31), aos 58 anos, um paciente cardíaco que há quase seis semanas recebeu um transplante de coração de porco geneticamente modificado nos Estados Unidos, anunciou o Centro Médico da Universidade de Maryland.
Natural de Frederick, no estado de Maryland, Lawrence Faucette foi o segundo paciente do centro médico a receber um transplante de coração suíno. O animal foi geneticamente modificado para que seus órgãos tivessem maior compatibilidade com o corpo humano, evitando rejeição pelo sistema imunológico.
O primeiro paciente, David Bennett, 57, morreu no ano passado, dois meses depois do procedimento. Ele desenvolveu múltiplas complicações, e vestígios de um vírus que afeta porcos foram encontrados em seu novo coração.
Os dois pacientes tinham doenças cardíacas terminais quando receberam os órgãos transplantados, e nenhum se recuperou o suficiente para deixar o hospital. Segundo médicos, o coração recebido por Bennett não apresentou qualquer vestígio de rejeição aguda —principal risco a pacientes transplantandos—, enquanto o órgão de Faucette começava a demonstrar sinais de rejeição.
O cirurgião e diretor científico do programa de xenotransplante cardíaco da Escola de Medicina da Universidade de Maryland, Muhammad Mohiuddin, disse que Faucette estava envolvido no tratamento e tinha costume de ler e interpretar as biópsias.
“O último desejo de Faucette foi que nós fizéssemos o melhor uso possível com o que aprendemos nessa experiência, para que outros tenham chance de receber um novo coração quando não houver um órgão humano disponível”, disse o médico Bartley P. Griffith, cirurgião responsável pelo transplante.
O coração transplantado funcionou bem após a cirurgia e não teve sinais de rejeição durante o primeiro mês. De acordo com o comunicado da universidade, Faucette estava fazendo fisioterapia com o objetivo de recuperar a habilidade de andar.
Assim como Bennett, Faucette foi rejeitado pelo programa de transplantes que utiliza órgãos de doadores humanos. Ele estava muito debilitado pela insuficiência cardíaca avançada, assim como doença vascular periférica e outras complicações.
Ele entrou em estado terminal no dia 14 de setembro, quando foi aceito pelo Centro Médico da Universidade de Maryland. Pouco antes da cirurgia, o coração do paciente parou e ele teve que ser ressuscitado.