Investigadores descobrem nova terapia para o cancro da próstata resistente ao tratamento | ALERT-ONLINE.COM – Zonatti Apps

Investigadores descobrem nova terapia para o cancro da próstata resistente ao tratamento | ALERT-ONLINE.COM

 

O cancro da próstata afeta milhões de homens todos os anos. É o segundo cancro mais comum no mundo nos homens e o quarto cancro mais comum em geral. Estima-se que, só em 2020, ocorram 1,41 milhões de novos casos de cancro da próstata em todo o mundo.

 

O cancro da próstata metastático resistente à castração é um tipo de cancro da próstata avançado que já não responde aos tratamentos normais e se espalhou para outras partes do corpo.

 

A taxa de sobrevivência estimada para um homem diagnosticado com cancro da próstata resistente à castração é de nove meses a três anos. Agora, investigadores do Instituto de Investigação do Cancro, em Londres, descobriram que a resistência ao tratamento do cancro da próstata metastático resistente à castração pode ser invertida em algumas pessoas, impedindo que os glóbulos brancos sejam “desviados” e puxados para os tumores.

 

Para este estudo, o Prof. Johann De Bono e a sua equipa tiveram como alvo os glóbulos brancos mieloides, que normalmente ajudam a defender o corpo contra infeções. No entanto, estes tipos de células sanguíneas também são normalmente atraídos para um tumor, ajudando-o a crescer e a resistir ao tratamento.

 

As células mieloides fazem parte do sistema imunitário. Em condições normais, são rapidamente recrutadas para locais de inflamação no corpo, onde ajudam a montar uma defesa contra quaisquer agentes patogénicos invasores, disse o Prof. De Bono, professor de medicina experimental do cancro no Instituto de Investigação do Cancro, em Londres, oncologista médico consultor no The Royal Marsden NHS Foundation Trust, e um dos autores deste estudo.

 

No cancro, a história é diferente. As células mieloides também são atraídas para os tumores. Quando as células tumorais estão sob stress, podem entrar num estado de não proliferação chamado “senescência” e tornar-se “fábricas de citoquinas”, produzindo proteínas que atraem as células mieloides para os tumores, onde apoiam o crescimento, a divisão e a sobrevivência do tumor. Podem também enviar mais sinais para a medula óssea para recrutar mais células mieloides “conspiradoras” para entrar no tumor e o ciclo continua, segundo explicou.

 

Durante o estudo, os cientistas utilizaram uma combinação de um medicamento experimental chamado AZD5069 e uma terapia hormonal habitualmente utilizada no tratamento do cancro da próstata chamada enzalutamida para impedir que as células mieloides fossem atraídas para os tumores. Este medicamento atua bloqueando a atração das células mieloides para o tumor. Se estas células não conseguirem entrar no tumor, não podem realizar as suas atividades habituais de promoção do tumor, afirmou o Prof. De Bono.

 

Dos 21 participantes no estudo com cancro da próstata metastático resistente à castração, os investigadores referiram que cinco deles responderam ao tratamento através da redução do tamanho do tumor em mais de 30%, de uma diminuição dos níveis circulantes do antigénio específico da próstata (PSA) ou de uma diminuição dos níveis sanguíneos de células tumorais circulantes.

 

Para além disso os participantes que receberam o tratamento também registaram uma diminuição das células mieloides, e as biopsias após o tratamento também revelaram menos células mieloides nos seus tumores.

 

Segundo o Prof. De Bono, foi tremendamente emocionante ver cinco participantes do estudo mostrarem uma resposta ao tratamento. Isto prova, pela primeira vez, que o tratamento das células mieloides em vez das próprias células cancerígenas pode beneficiar os doentes. O desenvolvimento de novos fármacos pode demorar muitos anos, mas está planeado continuar a trabalhar nisto em ensaios clínicos, desenvolver melhores fármacos e, espera-se, avançar com isto como estratégia de tratamento.

 

ALERT Life Sciences Computing, S.A.

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