As altas temperaturas exigem um cuidado dobrado com todo o corpo humano, incluindo a pele. A exposição ao sol, o aumento da transpiração e até mesmo as idas mais frequentes à praia ou à piscina podem agravar problemas de pele.
A dermatologista Francisca Regina Oliveira, secretária-geral da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), lista cinco condições comuns durante os dias mais quentes e como elas surgem.
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1. Micose
O tipo mais comum de micose — lesão causada por fungos — é a superficial, ou seja, que não entra na camada mais profunda da pele. No calor, com o aumento da transpiração, o quadro pode surgir com mais facilidade.
“Fungo gosta de água, de locais úmidos. Então, no calor, quando você sua muito, normalmente, pode criar um ambiente favorável para que essa micose se prolifere”, explica Francisca.
Por essa razão, é importante não ficar muito tempo com as roupas molhadas em piscinas ou praias.
Também é essencial manter a atenção, já que é possível adquirir a micose por meio do contato com outras pessoas e até da areia.
2. Melasma
O melasma também pode ser agravado. As manchas escuras, mais comuns no rosto, não podem ter contato direto com o sol.
“Se essas áreas forem expostas ao sol, elas vão piorar”, alerta a especialista. O motivo é que ele estimula a produção de melanina.
“Toda lesão que é mais escura, se eu pegar sol, vai ficar ainda mais escura”, explica Francisca.
3. Foliculite
A foliculite é uma infecção de pele que começa nos folículos pilosos. Geralmente, ela é causada por uma bactéria ou fungo, mas pode ser desencadeada por uma obstrução dos folículos.
No calor, por exemplo, a roupa muito justa pode facilitar o surgimento. A hiperidrose (suar excessivamente) e níveis de cloro e de pH desregulados em piscinas também estão na lista.
“O que é muito comum é a miliária, que é a brotoeja, principalmente em crianças. As crianças têm muito calor, mas é como se o suor não conseguisse ser drenado completamente, e ele fica retido. É frequente em criança, mas podemos, em casa, nesses calores extremos, ter miliária. Começam a aparecer umas bolinhas vermelhas no pescoço, nas axilas, e elas coçam e, se ficar mais quente, ficam mais vermelhaa. Isso incomoda. É uma alteração na glândula sudorípara, a produtora do suor”, diz Francisca.
4. Acne solar
A acne solar, na realidade, são erupções acneiformes, que se assemelham à acne. Elas são diferentes por vários aspectos, como o início súbito (não precisa estar ligada a outra condição) e a regressão mais simples — basta se afastar da causa.
Essas erupções (parecem espinhas) podem acontecer em qualquer idade e em qualquer parte do corpo. Elas podem ser causadas por calor, exposição excessiva ao sol e até protetor solar.
Os produtos que não têm o rótulo de “não comedogênicos” podem facilitar a incidência dessas espinhas.
“Existem pessoas que, quando usam hidratantes, protetores solares, fazem erupções acneiformes. Os produtos não comedogênicos têm uma substância que impede a formação de comedões, que são as lesões da acne. Ou seja, aquela substância vai, de uma maneira bem genérica, entupir as glândulas e provocar lesão”, afirma a especialista.
5. Ressecamento
Com o aumento da transpiração, a pele e os lábios tendem a ficar mais ressecados. Caso a hidratação não seja adequada, a situação pode piorar.
Os lábios, por exemplo, podem ficar repletos de pelinhas e, caso a pessoa puxe, pode causar uma inflamação.
O que fazer para prevenir?
A melhor forma de prevenir os quadros citados anteriormente é manter atenção, uma hidratação adequada e, claro, passar o protetor solar. Mas não basta apenas passar, tem de ser da forma correta.
Com o suor excessivo, deve-se passar novamente a cada duas horas — retirar a camada anterior com água e aplicar uma nova. Também é importante passar uma quantidade abundante pelo corpo, como se estivesse passando sabonete — uma colher de chá para cada parte (rosto, pescoço, braços etc.).
“Se você passar uma quantidade menor e lá estiver dizendo que o fator de proteção é 30, não vai estar com essa proteção, vai estar com uma menor. A eficácia diminui. Você acha que está protegido e não está tanto”, explica a dermatologista Ana Paula Pierro, da BP — A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Ela recomenda um protetor solar de, no mínimo, 30 FPS e que, mesmo com o produto, a exposição ao sol seja evitada ou amenizada com chapéus ou sombrinhas.
“O que protege do sol não é só o protetor, então procure sombras, não ficar, nos horários mais quentes, exposto ao sol e usar camisas e bonés para se proteger”, finaliza Ana.
* Sob supervisão de Giovanna Borielo
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