A paulista Agatha Araújo, de 22 anos, estava a caminho do trabalho, como de costume, quando percebeu que estava suando excessivamente, começou a sentir tontura e chegou a vomitar.
Assim que desceu do ônibus, foi ao hospital. Os médicos constataram que ela teve desidratação por suor (deficiência de água e perda de sais) e náuseas. Ela já havia tido queda de pressão e desmaio por conta do calor, mas nunca havia se desidratado.
“Não tinha noção, porque sempre gostei muito de sol. Nunca tinha me sentido assim”, diz.
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A jovem passou por essa situação há cerca de três semanas, quando o calor dava os primeiros sinais no Brasil. Agora, o cenário está bem pior, e o país vive uma onda intensa, que já atingiu temperatura de 39º (na cidade de São Paulo) e sensação térmica de 58,5°C — em Guaratiba, no Rio de Janeiro.
Com esse agravamento, é importante reafirmar que as altas temperaturas afetam o corpo humano de forma geral, mas há sintomas, como os que Agatha teve, que merecem atenção e devem funcionar como um alerta.
Sede, tontura ou vertigem, respiração ofegante, inchaço nas pernas, confusão mental e desorientação são sinais que não devem ser ignorados. Todos eles têm ligação com um fator importante: queda da pressão arterial.
O calor induz um processo de vasodilatação (dilatação dos vasos sanguíneos), que leva à queda de pressão e de perda de líquidos.
“Junto aos líquidos, você perde também eletrólitos, como sódio, potássio e cloreto. O conjunto da vasodilatação com a perda de líquido leva à queda da pressão arterial. A pressão, quando cai, leva uma quantidade menor de sangue para alguns órgãos e eles passam a funcionar de uma forma mais alentecida, inclusive o cérebro”, explica o cardiologista Heron Rached.
Essa alteração na circulação de sangue por todo o corpo facilita o surgimento dos sintomas citados anteriormente e pode piorar, dependendo do nível da queda. O desmaio acontece quando a pressão está bem baixa e, em casos mais graves, pode causar danos a outros órgãos, o chamado choque.
Para prevenir essa situação, Agatha passou a adotar as recomendações-padrão: não ignorar os sintomas, evitar sair quando o sol estiver forte e levar, sempre, uma sombrinha e uma garrafa de água gelada na bolsa.
* Sob supervisão de Giovanna Borielo
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