O câncer é uma doença cuja possibilidade de ocorrência assusta muitas pessoas. Mas, e se existisse alguma parte do corpo que não pudesse desenvolvê-lo? É o caso dos dentes.
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Para entender a razão, é preciso compreender o funcionamento da doença e a estrutura do dente.
O câncer é ocasionado pelo crescimento anormal de células, que perdem seu mecanismo de controle, e passam a se multiplicar de forma contínua, conforme explica o Manual MSD de Diagnósticos e Tratamentos.
O cirurgião-dentista Fábio Azevedo explica que o dente possui algumas camadas: o esmalte, a dentina e a polpa.
O esmalte é a camada mais superficial do dente, composta de um tecido mineralizado em 96%, 3% de água e 1% de matéria orgânica. “Sendo assim não possui alteração na sua estrutura mineral e celular e desta forma não sofre mutação ou alteração durante a vida”, afirma.
Em seguida, fica a dentina, a chamada “parte do meio” do dente, formando a maior parte de sua estrutura. Trata-se de uma área mineralizada e sem vascularização, ou seja, não corre sangue por ela. Ela é formada de 70% de matéria inorgânica, como minerais; 20% de matéria orgânica (fibras de colágeno tipo I, glicoproteínas) e 10% de água.
Assim como o esmalte, por não haver alterações minerais e de células, a estrutura não sofre mutações ao longo da vida.
Por fim, dentro da dentina está localizada a polpa do dente. Essa parte é formada por um tecido conjuntivo laxo — que possui quantidades semelhantes de células, fibras e substâncias fundamentais para a sua composição.
Essa área possui grandes vasos sanguíneos e nervos e pode sofrer inflamações e infecções por cárie profunda, por exemplo. Também está sujeita à ocorrência de necrose e morte celular dos tecidos da polpa (por trauma ou cárie), o que resulta na necessidade de tratar o canal.
Assim, pela ausência e pequena quantidade de células presentes no dente, não existe potencial para o desenvolvimento de câncer no local, conclui Azevedo.
Entretanto, ele lembra que, embora não exista câncer no dente, tecidos próximos podem ser afetados pelo câncer de boca, que ocorrem em qualquer pessoa.
“Ele é caracterizado pela mutação de células saudáveis, que se transformam em malignas e passam a se multiplicar, gerando lesões ou tumores (chamados de neoplasias). Um dos primeiros locais de manifestação do câncer é na boca, através de manchas brancas, pequenos machucados [lesões] e aftas [feridas]”, finaliza.
Por que nem todo mundo precisa extrair o siso? Tire suas dúvidas sobre esse dente polêmico: