Deleite do começo ao fim, musical de ‘Meninas Malvadas’ atualiza com primor um clássico moderno – Prisma – Zonatti Apps

Deleite do começo ao fim, musical de ‘Meninas Malvadas’ atualiza com primor um clássico moderno – Prisma






Meninas Malvadas é um daqueles filmes que não precisou de muito tempo para se tornar um clássico moderno. Lançado em 2004, o filme com roteiro da sempre ótima Tina Fey se transformou em um marco da cultura pop, com frases icônicas, personagens inesquecíveis e uma influência que repercutiu pelos 20 anos seguintes, rendendo até um elogiado musical na Broadway. 







Depois de todo esse tempo, chegou aos cinemas uma adaptação da peça teatral, que serve também como uma nova versão do filme original. E o Meninas Malvadas de 2024 é um deleite do começo ao fim! 


A história é praticamente a mesma que já conhecemos. Cady Heron, antes vivida por Lindsay Lohan e agora por Angourie Rice, é uma jovem educada no Quênia, sem nunca ter frequentado uma escola. Ao se mudar para os Estados Unidos, ela descobre um mundo completamente diferente e se vê “jogada aos leões” no sistema de castas criado dentro do colégio. Isolada, Cady faz amizade com os igualmente excluídos Janis e Damian, mas acaba chamando a atenção do grupo mais popular de todos.







A partir daí, você já sabe como a trama se desenrola, em um plano de Janis e Damian para perturbar a vida da “abelha rainha” da escola, a poderosa Regina George, imortalizada por Rachel McAdams e aqui vivida pela também irretocável Reneé Rapp. 


A atriz e cantora, que já tinha interpretado a vilã no próprio musical da Broadway, prova a cada frame que nasceu para esse papel. Reneé é um verdadeiro colosso em cena, derrubando tudo que está em seu caminho e deixando a plateia completamente sem ar, tamanha é sua força. E o talento descomunal da beldade se estende para várias áreas. Ela tem um timing cômico impressionante, se entrega nas cenas dramáticas e, bem, quando a querida abre a boca para cantar… não sobra nada ao seu redor. Que vozeirão! 







Reneé é, de fato, o motor do filme, mas o restante do elenco não fica distante. As escolhas de escalação foram absolutamente impecáveis. A dupla Auli’i Cravalho e Jaquel Spivey, os novos Janis e Damian, entregam alguns dos melhores momentos do longa. A atriz, que ganhou fama dublando a Moana, deixa a melhor amiga de Cady ainda mais ácida, enquanto Jaquel garante risadas toda vez que surge. E, claro, ambos cantam muito!


Com interpretações tão notáveis quanto as do elenco do filme de 2004, os “novatos” poderiam facilmente cair na armadilha de mudar demais a essência dos personagens ou fazer tudo exatamente igual. Com a atualização do roteiro de Fey, e a competente direção de Samantha Jayne e Arturo Perez Jr., os atores constroem suas próprias versões.







É dessa forma que a dupla que completa as patricinhas do novo filme encanta tanto quanto Amanda Seyfried e Lacey Charbert, a Karen e a Gretchen. Bebe Wood faz uma Gretchen tão desesperada pela aprovação de Regina George quanto sua antecessora, mas com um toque de drama interessante. O musical de destaque dela, cantando no armário, é, ao mesmo tempo, hilário e de partir o coração. Já Avantika chega para hipnotizar e arrancar gargalhadas como a atrapalhada, “burrinha” e sensual Karen. É dela um dos melhores números do filme, com a divertida Sexy

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As músicas, inclusive, são muito envolventes e exibidas de maneiras bastante criativas. Apex Predator, Someone Gets Hurt Revenge Party são bons exemplos de como a adaptação dos palcos para as telonas pode render momentos memoráveis. E, sem grandes surpresas, World Burn, no ápice do filme, é aquela hora em que até os cabelinhos da nuca ficam arrepiados. Reneé mais uma vez indo direto para a jugular. 







A nostalgia tem um peso para que o Meninas Malvadas de 2024 seja tão encantador, mas a adaptação não fica presa em ser apenas um “fan service” e consegue desenvolver personalidade independente. Até personagens que já conhecíamos, como a professora Norbury, vivida de novo pela própria Tina Fey, e o diretor Duvall, interpretado outra vez por Tim Meadows, ganham novidades e empolgam. É Tina Fey, aliás, a dona da cena que mais me fez rir em todo o filme. E isso diz muito, afinal o humor é mesmo certeiro. 







As participações especiais também são muito bem escolhidas. Jenna Fischer é a mãe de Cady e entrega muita ternura em cena, Jon Hamm atualiza o problemático treinador Carr e Busy Philipps está hilária como a mãe de Regina George. Além deles, temos Ashley Park, de sucessos como Emily em Paris e Loucas em Apuros, que inclusive interpretou Gretchen no musical de Meninas Malvadas. Aqui ela dá vida a uma professora de francês toda maluquinha. 







Por fim, vale falar separadamente de Angourie Rice. A atriz, que trabalha desde pequena, esteve em produções como Black Mirror, O Estranho que Nós Amamos e Mare of Easttown. Talvez ela não tenha o mesmo “poder de estrela” que Lindsay Lohan tinha na época, mas ela se garante tanto na voz quanto na atuação. A “virada” de Cady é seu grande destaque na projeção. 


O único ponto “negativo” a ser levantado não tem tanto a ver com o filme em si, mas na maneira com que ele foi divulgado. Obviamente, se você não gosta de musicais onde as pessoas começam a “cantar do nada”, esta não é uma obra para você. Vale, no entanto, a alfinetada no marketing da produção, que praticamente escondeu do público que se tratava de uma versão musical. Um erro dos grandes, com decepção garantida para muita gente desavisada. 


De qualquer forma, o Meninas Malvadas de 2024 foi feito para agradar a diferentes gerações e atualiza com primo um filme que já tinha seu lugar cativo na história da cultura pop. Se depender desta adaptação, o impacto de Regina George e sua turma vai durar ainda mais. Novamente, o barro aconteceu formidavelmente. 







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