O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, anunciou nesta segunda-feira (29) que a venda de vapes descartáveis será proibida no Reino Unido para prevenir seu uso por crianças. Em comunicado, o chefe de governo também reforçou a intenção de criar uma lei que impeça a compra de tabaco por jovens.
Sob as novas regras, haverá restrições nos sabores dos vapes, exigência de embalagens simples, e diretrizes para que a apresentação dos cigarros eletrônicos seja menos atraente para crianças.
“Ao lado do nosso compromisso de impedir que se possa vender cigarros legalmente para crianças que estão completando 15 anos ou mais novas, essas mudanças deixarão um legado duradouro protegendo a saúde de nossas crianças a longo prazo”, diz o comunicado.
Segundo o governo britânico, o tabagismo é a maior causa de mortes evitáveis no Reino Unido, e está associado a 1 em cada 4 mortes relacionadas ao câncer, cerca de 80 mil por ano. Em outubro, Sunak anunciou planos de aprovar uma lei para que qualquer pessoa nascida a partir 1º de janeiro de 2009 seja impedida de comprar tabaco pela vida toda.
Embora os vapes sejam promovidos pela indústria como ferramenta para quem quer parar de fumar, o governo britânico avalia com preocupação que eles podem estar impulsionando o vício em nicotina entre os jovens –certa de 9% dos adolescentes de 11 a 15 anos usam cigarros eletrônicos no país.
Em dezembro, a OMS (Organização Mundial da Saúde) disse que todos os sabores de vape deveriam ser proibidos.
No entanto, grupos como a Associação da Indústria de Vapes do Reino Unido argumentam que os cigarros eletrônicos trazem risco consideravelmente menor à saúde do que o tabaco, e que os sabores são fundamentais para incentivar os fumantes a mudarem.
“Tenho a obrigação de fazer o que acho que é a coisa certa para nosso país a longo prazo”, disse Sunak. “É por isso que estou tomando medidas ousadas para proibir vapes descartáveis –que impulsionaram o consumo entre jovens– e trazer novas regras para restringir sabores, introduzir embalagens simples e mudar a forma como os vapes são exibidos nas lojas.”
O governo acrescenta que, além dos benefícios à saúde, a proibição dos vapes descartáveis ajudaria o meio ambiente, já que cinco milhões de unidades são descartadas toda semana.