No mês de janeiro, a cada 100 mil habitantes da cidade de São Paulo, aproximadamente 15 foram diagnosticados com dengue. Um total de 1.792 casos foram confirmados nas três primeiras semanas do ano —recorde histórico para o período.
Os bairros e distritos da capital, porém, não enfrentam a transmissão da doença da mesma forma. Enquanto o Brás não apresentou casos de dengue no último mês, o Jaguara, na zona oeste, teve cerca de 534 diagnósticos a cada 100 mil habitantes.
O coeficiente de incidência (INC), que compara casos a cada 100 mil habitantes, permite determinar em quais áreas há maior ou menor transmissão da doença.
De acordo com ele, Jaguara é o bairro com maior índice de transmissão da dengue em São Paulo (foram 127 casos confirmados em janeiro). Itaquera, na zona leste, e Vila Leopoldina, na zona oeste, também apresentam alta taxa de transmissão.
Itaquera teve o maior número absoluto de casos de dengue registrados na capital: 188. Seu coeficiente de incidência, de 88, entretanto, é menor que do Jaguara.
Na Vila Leopoldina, a Secretaria Estadual da Saúde confirmou 35 casos, com uma taxa de transmissão de 76,2 (ou seja, aproximadamente 76 casos a cada 100 mil habitantes).
Em termos numéricos absolutos, os bairros das zonas norte e leste da cidade são os que tiveram mais casos de dengue confirmados.
Veja abaixo quais são as áreas com maior e menor incidência de dengue em São Paulo.
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), diz que aumentou o número de agentes nas ruas para combater a dengue, que passou de 2.000 para 12 mil, e que houve também a aquisição de 15 mil litros de inseticidas para a nebulização (fumacê) contra o mosquito Aedes aegypti.
A gestão municipal também afirma que ampliou a frota de carros para transporte dos agentes com 113 minivans e 30 novos equipamentos de nebulização veicular e que fez a aquisição e distribuição de 20 mil armadilhas de autodisseminação de larvicida em todas as regiões da cidade, com histórico de maior incidência de casos da doença.
“Neste ano, já foram realizadas 306.619 ações de prevenção ao Aedes aegypti e, em 2023, foram 5.317.437 ações, tais como visitas casa a casa, vistorias a imóveis e pontos estratégicos, ações de bloqueios de criadouros e nebulizações, orientações à população, entre outras atividades”, diz em nota.
Internações por dengue em São Paulo
A Prefeitura de São Paulo afirma que, na rede municipal, 14 pessoas estão internadas com dengue, sendo nove adultos e três crianças com dengue clássica e duas pessoas com dengue hemorrágica nesta quarta-feira (31).
Em relação aos leitos, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) esclarece que o município está preparado para atender a demanda e que abrirá mais conforme houver necessidade.
Os dados da semana epidemiológica número três deste ano foram atualizados na segunda-feira (29) e estão confirmados 1.792 casos de dengue em residentes do município de São Paulo, sem nenhum óbito registrado por dengue até o momento.
Sábado terá Dia D de combate à dengue
A Prefeitura de São Paulo vai promover neste sábado (3) o Dia D de combate à dengue em toda a capital paulista. As 471 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) estarão abertas das 8h às 17h para o atendimento aos pacientes que apresentarem sintomas da dengue, como febre alta, dores no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. As UBSs estarão abastecidas com testes rápidos para a dengue. Para saber qual é a UBS mais próxima da sua casa, acesse a plataforma Busca Saúde.
Como parte da estratégia, os agentes de combate às endemias (ACEs) das 28 Unidades de Vigilância em Saúde (Uvis) e os agentes comunitários de saúde (ACSs) e da capital paulista realizarão ações de controle casa a casa, com bloqueios de criadouros, identificação de pontos de água parada e outros focos de reprodução do mosquito, orientações sobre prevenção e cuidados, inspeção de imóveis especiais e pontos estratégicos, como ferros-velhos, oficinas de desmanche de veículos, borracharias, cemitérios, entre outros.
A força-tarefa contra o mosquito transmissor da dengue está sendo organizada pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).