‘A Cor Púrpura’ mostra a força das mulheres com números musicais grandiosos – Prisma – Zonatti Apps

‘A Cor Púrpura’ mostra a força das mulheres com números musicais grandiosos – Prisma


A nova versão de A Cor Púrpura, que chega nesta quinta-feira (8) aos cinemas brasileiros, é uma adaptação do premiado musical da Broadway. A produção cinematográfica é a segunda baseada no livro homônimo de Alice Walker. O primeiro filme foi lançado em 1985, com direção de Steven Spielberg, que agora é produtor.


Apesar da temática religiosa e violenta, a nova versão do clássico filme troca a paleta de cores sóbria pela vibrante. O diretor Blitz Bazawule, codiretor do álbum visual Black Is King (2020), de Beyoncé, explora o recurso de luz e sombra nas cenas tensas e abusa dos tons saturados nos números musicais.


No longa atual, Phylicia Pearl Mpasi e Fantasia Barrino se dividem para contar a história de Celie, afro-americana que vive no sul dos Estados Unidos no começo do século 20. A jovem luta para  se libertar de relações abusivas, enquanto descobre sua força como mulher. Violentada pelo próprio pai, ela engravida duas vezes e tem os filhos vendidos.


A relação das irmãs Celie e Nettie, interpretadas na juventude por Phylicia Pearl Mpasi e Halle Bailey, é o foco da narrativa. O público sente empatia e se identifica quando a dupla é separada pelo pai, porque Celie é obrigada a se casar com Mister, papel de Colman Domingo. 


Celie se torna ainda mais potente na vida adulta quando Fantasia Barrino, vencedora do Grammy, assume o papel. Sua atuação convence e as cenas de violência com Colman Domingo impactam o espectador como um soco no estômago. 



A personagem se fortalece com a chegada de Shug Avery, papel de Taraji P. Henson, cantora que também é amante de seu marido. Ao chegar à cidade, um bando de pássaros voa em polvorosa. A cena é simbólica ao representar a libertação das mulheres, incluindo a protagonista. Com o apoio de Shug, Celie começa a questionar a sociedade machista em que vive e enfrentar o marido Mister.


Outra mulher determinante para a mudança de Celie é Sofia, interpretada por Danielle Brooks. A missão da atriz era representar o papel que anteriormente foi de Oprah Winfrey, produtora da nova versão. A performance foi tão bem executada que rendeu a indicação de Melhor Atriz Coadjuvante no Oscar.


Sofia se casa com Harpo, filho de Mister. A relação do casal é um contraste a de Celie e Mister. Sofia é destemida, respeitada pelo marido e ensina Celie a se impor. Sua atuação pode ser considerada o alívio cômico do filme, ao mesmo tempo, ganha densidade ao ser vítima de racismo. Ela é oprimida e presa ao enfrentar a esposa do prefeito. 



Com 2 horas e 21 minutos de duração, A Cor Púrpura mostra a força das mulheres quando se unem em prol de um objetivo. Elas lutam para serem respeitadas e conquistarem os mesmos direitos dos homens. A narrativa é embalada por números musicais grandiosos, que acompanham a jornada da protagonista até a sua libertação do sistema patriarcal.


Quincy Jones também foi o produtor musical dessa versão, que tem canções inéditas que mesclam blues, soul e R&B. Uma curiosidade é que a cantora Ludmilla faz parte da trilha sonora do filme, colaborando em Girls, parceria com Dyo e V. Bozeman. 


A cena final de A Cor Púrpura é capaz de emocionar até o espectador mais frio. É forte e comovente, reforçando a importância da luta para gerar transformação. É um sopro de esperança nos tempos sombrios que vivemos. 


Confira o trailer do filme que estreia nesta quinta (8) nos cinemas:


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