A história da evolução humana é repleta de transformações notáveis, e uma das mais marcantes é a perda da cauda.
Nossos ancestrais distantes, assim como muitos mamíferos, possuíam caudas que desempenhavam papéis importantes em sua vida, como auxiliar no equilíbrio e na comunicação.
No entanto, há aproximadamente 20 milhões de anos, algo curioso aconteceu em nossa linhagem evolutiva: nós perdemos essa cauda.
Esse processo é resultado de milhões de anos de adaptações e mudanças ambientais que moldaram a forma como nos desenvolvemos.
Por que seres humanos não têm mais cauda?
Descubra o motivo por trás da ausência de cauda nos humanos segundo a ciência. Foto: adrenalinapura/FreekPik
A ciência moderna tem desvendado os mistérios por trás dessa transformação.
Estudos genéticos e paleontológicos revelam que a perda da cauda foi um processo gradual e complexo, influenciado por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais.
Uma das teorias mais aceitas é a de que a perda da cauda está relacionada à nossa transição para a vida totalmente terrestre.
À medida que nossos ancestrais passaram a andar de forma mais ereta e a se adaptar a novos ambientes, a cauda deixou de ser necessária e foi gradualmente reduzida ao longo de gerações.
Além disso, a evolução do bipedalismo e a necessidade de maior habilidade na manipulação de ferramentas também contribuíram para a perda da cauda.
A adaptação a um estilo de vida mais complexo e exigente fez com que a cauda se tornasse obsoleta, resultando na forma atual do corpo humano, sem cauda.
A função dos genes
Recentemente, um estudo inovador divulgado na revista Nature promete fornecer novas informações sobre esse processo evolutivo. A pesquisa descreve um mecanismo genético crucial nesse sentido.
O elemento AluY, uma forma de ‘gene saltador’, foi identificado no gene TBXT, contribuindo para a perda da cauda em macacos, incluindo os ancestrais humanos.
No entanto, estudos afirmam que nosso DNA ainda apresenta resquícios de nossos antepassados que possuíam caudas.
O que ganhamos com isso?
Apesar de a expressão desses genes estar suprimida, o cóccix remanescente nos seres humanos é um vestígio dessa característica ancestral.
Embora seja raro, existem casos de bebês que nascem com alguma forma de cauda. Em 2021, um brasileiro nasceu com uma estrutura de 12 centímetros.