A cidade de São Paulo apresenta aumento de positividade para dengue e influenza (vírus causador da gripe) na última semana, segundo levantamento da rede Dasa.
Em contrapartida, os exames realizados para Covid com resultado positivo apresentaram queda também na última semana.
A baixa na positividade dos testes de Covid segue a mesma linha no país como um todo: a taxa diminuiu em 40,6% no Brasil e em 39,6% em São Paulo entre as semanas dos dias 12 a 18 de março e 19 a 25 do mesmo mês. A positividade diz respeito ao número de exames com resultado positivo.
Por outro lado, houve um aumento de 3 pontos percentuais na taxa de positividade de testes de influenza na capital entre os dias 17 e 30 de março: de 24% a 27%.
O aumento foi de 6,8 pontos percentuais na taxa de dengue. Foram 33,3% testes positivos entre os dias 17 a 23 de março e 40,1% entre os dias 24 a 30 de março.
A taxa de positividade se refere ao número de exames realizados em laboratório com resultado positivo para um dos vírus.
O crescimento da dengue na capital é constante desde o dia 10 de março, de acordo com o levantamento. Os testes positivos representavam 23,8% do total entre os dias 10 e 16. A Dasa não informou quantos testes foram feitos no total, mas afirmou que são mais de 900 unidades de diagnóstico no Brasil.
No último dia 18 de março, a Prefeitura de São Paulo decretou estado de emergência por epidemia de dengue. A previsão da gestão é de que a cidade atinja o platô (isto é, quando há uma estabilização de novos registros antes da queda) de casos em abril.
O VSR (vírus sincicial respiratório), que gera complicações principalmente em crianças, registrou uma leve queda na positividade na capital: de 7,9% para 7,7% entre os dias 17 e 30 de março. Isso pode indicar que há uma estabilidade nas taxas do vírus.
Na segunda-feira (1º), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a primeira vacina em gestantes que protege bebês de até um ano contra o VSR, principal responsável por infecções respiratórias agudas em bebês de até seis meses de idade, como a bronquiolite.
Especialistas já apontaram que há um surto de síndromes respiratórias fora de época. Segundo o virologista José Eduardo Levi, o pico anômalo de influenza no início do ano pode fazer com que haja uma intensidade menor do outono para o inverno.
Já o aumento de dengue é um comportamento esperado, uma vez que o pico de casos da doença acontece mesmo em abril. “Em São Paulo, a epidemia ainda está em expansão”, diz.
No último dia 25, teve início a vacinação contra a gripe pelo governo do estado de São Paulo. A vacina aplicada pelo Ministério da Saúde é trivalente —composta de duas cepas do influenza A e uma do B— e pode ser tomada na mesma ocasião de outros imunizantes.
Segundo a diretora do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde), Tatiana Lang D’Agostini, a chegada do outono proporciona maior prevalência das doenças respiratórias como rinite, sinusite, gripes e resfriados. A mudança de estação pode favorecer o aumento de casos e a vacinação pode prevenir esse cenário.
Apesar da queda na positividade dos testes para coronavírus, o patamar ainda dificulta a diferenciação das síndromes gripais, afirma o virologista.
No último ano, os sintomas da Covid ficaram mais leves, devido às subvariantes da ômicron, que infectam mais garganta e nariz (vias aéreas superiores). Mesmo assim, os sintomas de gripe e Covid podem se confundir. A Covid pode ainda apresentar, em adultos, sintomas gastrointestinais e, nas crianças, causar uma síndrome multisistêmica pediátrica (SIM-P), que pode levar a complicações.
Além disso, os sintomas da Covid longa, que ocorrem até três meses após a infecção, podem deixar sequelas neurológicas, cardíacas e até vasculares. A vacinação em dia ajuda a prevenir as sequelas e o adoecimento grave da doença.