A causa da morte de um mexicano infectado com o vírus da gripe aviária H5N2 ainda está sob investigação médica, disse nesta quinta-feira (6) o governo do México ao questionar um relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre o caso.
“A causa [da morte] não foi determinada, mas basicamente foi a falha renal e a falha respiratória que ocorreram em questão de horas”, disse o secretário de Saúde, Jorge Alcocer, em entrevista a jornalistas do presidente do México, Andrés Manuel López Obrador.
Alcocer questionou um comunicado da OMS, emitido na quarta-feira (5), que confirmava a morte de uma pessoa no México no primeiro caso conhecido de uma infecção humana pela gripe aviária H5N2.
“O comunicado que a OMS fez é bastante ruim. De início fala de um caso fatal, o que não foi assim. Ele morreu por outra causa”, assegurou o funcionário. “É uma nota que deve ser tomada com prudência porque não é precisa.”
Alcocer explicou que foram colhidas várias amostras do paciente de 59 anos, diabético e com problemas renais, como se faz com outras pessoas que procuram atendimento por problemas respiratórios, e que em uma delas foi encontrado o vírus H5N2.
Baseada em um relatório do governo mexicano, a OMS indicou que o homem apresentava “múltiplas patologias subjacentes”, e que no dia 17 de abril desenvolveu febre, problemas respiratórios, diarreia e náuseas, antes de falecer em 24 de abril.
A entidade acrescentou que a origem da infecção é “atualmente desconhecida” e sublinhou que a vítima não tinha “antecedentes de exposição a aves ou outros animais”.
Também apontou que em março foi detectado um foco epidemiológico de gripe aviária do tipo H5N2 em uma granja avícola no estado de Michoacán, limítrofe com o Estado do México.
Da mesma forma, foram identificados outros casos em aves de corte em março em Texcoco e em abril em Temascalapa, ambos municípios no Estado do México.
“Até agora não foi possível estabelecer” se a infecção humana detectada está relacionada com esses casos em aves de corte, disse a OMS, que acrescentou que até o momento o risco para a população é “baixo”.
Alcocer manifestou igualmente que “não existe nenhuma razão para evitar” o consumo de frango ou seus derivados.
Nos Estados Unidos também foi registrado um foco de gripe aviária, mas do tipo H5N1, que se propaga há várias semanas entre o gado bovino.