IA: Hologramas ajudam no atendimento médico a pacientes – 07/07/2024 – Equilíbrio – Zonatti Apps

IA: Hologramas ajudam no atendimento médico a pacientes – 07/07/2024 – Equilíbrio

Um paciente entra em um quarto de hospital, senta-se e começa a falar com um médico. Só que, neste caso, o médico é um holograma.

Pode parecer ficção científica, mas é a realidade para alguns pacientes no Hospital Regional Crescent em Lancaster, Texas (Estados Unidos).

Em maio, o grupo hospitalar começou a oferecer a pacientes a capacidade de ver seu médico remotamente como um holograma por meio de uma parceria com a Holoconnects, uma empresa de tecnologia digital sediada na Holanda.

Cada Holobox —o nome da empresa para seu dispositivo de 200 quilos e 2,1 metros de altura que exibe em uma tela um vídeo ao vivo altamente realista em 3D de uma pessoa— custa US$ 42 mil (cerca de R$ 229,5 mil) , com uma taxa de serviço anual adicional de US$ 1.900 (R$ 10.383 aproximadamente).

A imagem de alta qualidade dá ao paciente a sensação de que um médico está sentado dentro da caixa, quando na realidade o médico está a quilômetros de distância olhando para câmeras e telas que mostram o paciente.

O sistema permite que o paciente e o médico tenham uma consulta de telemedicina em tempo real que parece mais uma conversa presencial. Por enquanto, o serviço é usado principalmente para visitas pré e pós-operatórias.

Os executivos do Crescent Regional, que têm planos de expandir o serviço para consultas tradicionais, acreditam que melhora a experiência remota para o paciente.

“Os médicos conseguem ter um impacto muito diferente no paciente”, diz Raji Kumar, sócio-gerente e CEO do Crescent Regional. “Os pacientes sentem que o médico está bem ali.”

Mas os especialistas estão céticos sobre se uma consulta com holograma é melhor do que alternativas de telemedicina em 2D, como Zoom ou FaceTime.

Na medicina, os avanços tecnológicos são julgados por sua capacidade de melhorar o acesso ao atendimento, diminuir seu custo ou melhorar sua qualidade, diz Eric Bressman, professor assistente de medicina na Universidade da Pensilvânia.

“Não conheço nenhum dado que apoie a ideia de que isso melhoraria a qualidade da visita além de uma visita de telemedicina usual”, diz Bressman, que tem experiência em medicina digital.

Kumar diz que uma das maneiras como um holograma melhora a experiência de telemedicina é a tela grande e a câmera sofisticada que permitem a um médico ver o corpo inteiro do paciente, o que é útil para avaliar características como a marcha ou a amplitude de movimento.

A câmera pode ser especialmente útil em um ambiente de fisioterapia, diz Chad Ellimoottil, diretor médico de cuidados virtuais do Sistema de Saúde da Universidade de Michigan.

Alguns dos benefícios do holograma são menos tangíveis, mas ainda melhoram significativamente a experiência do paciente, disse Steve Sterling, diretor administrativo da divisão norte-americana da Holoconnects.

“Não vamos afetar os resultados dos pacientes”, diz Sterling. “Mas o que já estamos impactando é um senso de engajamento entre médicos e pacientes.”

Embora Sterling tenha dito que o Crescent Regional é a primeira aplicação hospitalar para o Holobox, os serviços de hospitalidade estão usando mais comumente a tecnologia.

Doze hotéis têm um Holobox e há planos para instalar o sistema em mais 18 locais, diz Sterling.

Ellimoottil acredita que essa tecnologia é mais adequada a um ambiente de hospitalidade do que a um médico. A telemedicina permite que os pacientes encontrem um médico em casa, mas os pacientes que usam o sistema Holobox ainda teriam que viajar para um consultório.

Além das preocupações com a falta de melhoria na qualidade e acessibilidade do atendimento, o preço também é um problema.

Por enquanto, US$ 42 mil mais uma taxa anual de US$ 1.900 não é um serviço barato. Mas Kumar diz que está tudo bem com isso.

“Não é algo para geração de receita”, diz ela. “É mais sobre qualidade do paciente, engajamento e entrega de um melhor serviço ao paciente. Dar a eles mais conforto.”

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