O governo Lula (PT) informou que 74 yanomamis morreram no primeiro trimestre de 2024.
Os dados divulgados nesta segunda-feira (5) pelo COE (Centro de Operações de Emergência em Saúde), do Ministério da Saúde, mostraram uma queda no número geral de mortos em relação ao mesmo período do ano passado —de 111 para 74.
No entanto, as mortes por violência aumentaram cerca de 20%, de 15 para 18 óbitos
O último boletim sobre a saúde dos yanomamis havia sido divulgado em fevereiro e se referia aos dados consolidados de 2023.
O número de registros vêm aumentando desde que foi declarado o estado de emergência em saúde pública no território yanomami, em janeiro de 2023. O fato levou a uma maior presença de profissionais no território, aumentando o número de registros feitos sobre doenças e outros dados.
Dessa forma, equipes de atendimento também foram ampliadas nos territórios yanomami. Hoje são 1.497 profissionais espalhados em 34 Unidades Básicas de Saúde Indígena.
Ainda assim, outro índice que cresceu em relação a 2023 foi a taxa de desnutrição nas crianças menores de cinco anos, que ficou em 53,1%, entre as crianças acompanhadas, classificadas com baixo peso e muito baixo peso para idade.
O governo afirma que ao comparar os dois anos observa-se que houve aumento da cobertura de acompanhamento da vigilância alimentar e nutricional em menores de cinco anos.
“Esse resultado está diretamente relacionado ao aumento da força de trabalho, possibilitando a intensificação da busca ativa de pacientes e a ampliação do acesso aos serviços de saúde. Como consequência, houve aumento de captação de crianças classificadas com déficit nutricional”, diz o boletim.
No ano passado, as Infecções Respiratórias Agudas (IRA) foram a principal causa de mortes de indígenas yanomami, com 22 mortos. Conforme o novo boletim, esse número caiu para 9.
Ligada a essa queda, está o aumento de casos de IRA atendidos nas comunidades, 136% a mais do que no ano passado, o que colaborou para haver um maior registro e tratamento de casos.
Ao longo de todo o ano passado, o Ministério da Saúde registrou 363 mortes de indígenas yanomami. A quantidade de mortes notificadas foi maior do que o número oficial de 2022, quando foram apontadas 343 mortes. No entanto, profissionais de saúde não comparam os dois anos em razão da subnotificação elevada de casos no último ano do governo Jair Bolsonaro (PL).
Doenças e vacinação
O boletim também traz dados sobre malária, déficit nutricional, síndromes gripais, imunização e de ações assistenciais e de infraestrutura desenvolvidas pelo governo federal. Os dados coletados fazem parte do período entre janeiro e março.
Em 2024, houve aumento de 83,1% no número de exames realizados para diagnóstico da malária no DSEI Yanomami comparando-se com o mesmo período do ano anterior.
A partir daí, foram detectados 8.896 casos autóctones de malária no território yanomami, 35% a mais do que o registrado no mesmo período de 2023. Por outro lado, o número de mortes pela doença caiu pela metade.
No início de 2023, aproximadamente 5.224 indígenas não tinham acesso aos serviços de saúde nos polos base de Kayanaú, Homoxi, Hakoma, Ajaraní, Haxiú, Xitei e Palimiú.
Até abril de 2024, todos esses polos base foram reabertos, alguns parcialmente, o que aumentou consideravelmente o acesso dos indígenas ao diagnóstico e tratamento de malária.
As equipes de saúde permanecem 30 dias em área e são estes profissionais que trazem as informações que são digitadas no Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica da Malária. Dessa maneira, a notificação é registrada no sistema cerca de 45 dias após a confirmação do caso.
Associado ao combate da malária e outras infecções está o aumento dos índices de imunização. Para as chamadas rotinas vacinais —lista de vacinas para públicos de uma faixa-etária específica, como crianças de até cinco anos— o número subiu de 8.048 vacinados para 11.872.
Já para as campanhas vacinais —quer são aplicadas na população geral contra doenças específicas, como a da Covid, o número saltou de 2.225 para 6.636.