O estado de Goiás registrou 74 municípios com o surto ativo de (DDA) Doença Diarreica Aguda, segundo informou a Secretaria Estadual da Saúde nesta segunda-feira (26). No total, 12.205 casos foram notificados nessas cidades desde junho.
De acordo com o Ministério da Saúde, a DDA corresponde a um grupo de doenças infecciosas gastrointestinais, caracterizadas por uma síndrome em que há ocorrência de no mínimo três episódios de diarreia aguda em 24 horas. O quadro consiste na diminuição da consistência das fezes e aumento do número de evacuações, podendo ser acompanhado de náusea, vômito, febre e dor abdominal.
Segundo a Secretaria de Saúde de Goiás, a principal suspeita das causas do surto é de contaminação da água e por rotavírus. A pasta coletou amostras de água, que apresentaram uma bactéria chamada Escherichia coli, o que a torna imprópria para o consumo.
“As causas estão sendo investigadas nos diversos municípios, com testes em andamento, e as principais são rotavírus, de forma geral, em vários municípios, e contaminação da água de poços particulares, principalmente no município de Campos Belos, com presença da bactéria”, informou a secretaria.
Em relação aos diagnósticos isolados de diarreia, há 160.417 registros em todos os municípios em 2024. Os casos começaram a ser registrados em junho em Campos Belos, Cavalcante e Monte Alegre de Goiás.
Especialista em gestão de saúde pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Chrystina Barros explica que existe uma série de agentes que podem provocar a diarreia.
“Normalmente, está associada a algum agente de transmissão orofecal, em que o vírus nas partículas fecais pode passar de uma pessoa para a boca de outra por meio de alimentos e água contaminados com fezes que possuem o vírus”, disse.
O nome, segundo ela, se dá pela rápida evolução da diarreia, que pode vir acompanhada de cólicas. “A pessoa não consegue controlar a evacuação e, por isso, é indicado reforçar a hidratação, podendo ser necessário aplicação de soro na veia, e comidas mais leves. Mas se o agente causador for uma bactéria, o tratamento pode ser outro e precisar de medicações. Em qualquer caso, é importante que a pessoa procure a atenção básica de saúde”, afirmou Barros.
A especialista em saúde pública destaca ainda a necessidade de certificar a fonte de contaminação.
“Um surto como esse pode ser decorrente das condições de esgotamento sanitário, de água potável. Isso precisa ser investigado, além de oferecer suporte rápido para as pessoas que precisem de atendimento. Nesse sentido, as visitas domiciliares dos agentes de atenção às famílias do município, por exemplo, fazem a diferença”, diz.
A Secretaria de Estado de Saúde afirma que monitora os casos da doença e realiza ações de controle do surto. Segundo a pasta, é esperado o aumento de diagnósticos nos meses de agosto e setembro.