‘Hellboy e o Homem Torto’ é um retorno modesto do herói infernal – Zonatti Apps

‘Hellboy e o Homem Torto’ é um retorno modesto do herói infernal

“Hellboy e o Homem Torto”, que retoma a série com os pés no chão, tem a vantagem de ser um filme muito melhor que seu antecessor (não que fosse difícil). Agora o herói é defendido por Jack Kesy (da série “The Strain”), que faz um Hellboy mais taciturno e reservado. Mas o show agora é todo de Mike Mignola, que escolheu adaptar sua história favorita dos gibis e escreveu o roteiro, aumentando seu controle criativo.

“The Crooked Man” foi uma minissérie publicada em 2008 com arte de Richard Corben. Em 1958 nas Montanhas Apalaches, um Hellboy nômade encontra Tom Ferrell, nativo da região que retorna após décadas para pagar uma dívida antiga: iniciado como bruxo, ele nunca abraçou as artes sombrias mas se manteve vivo graças a um amuleto mágico. A região, como logo se descobre, é domínio do Homem Torto, empresário avarento do século 18 que retornou do inferno como um demônio.

O texto de Mignola para o filme, co-escrito com o autor de livros de fantasia Christopher Golden, amplia a trama de maneira muito sutil, adicionando elementos e removendo outros para manter o orçamento abaixo da régua. O acréscimo mais evidente é Bobbie Jo Song (Adeline Rudolph), agente do Bureau de Pesquisas e Defesa Paranormal que acompanhava Hellboy numa missão antes de eles se envolverem involuntariamente nessa jornada demoníaca.

Em ‘Hellboy e o Homem Torto’, nosso herói faz novos amigos! Imagem: Imagem

A aposta em “Hellboy e o Homem Torto” parece menos motivada por um ímpeto criativo e mais pela necessidade de manter a propriedade intelectual no jogo. Ainda sem data para entrar no mercado americano (o Brasil ganha o filme antes de todo mundo!), o filme é bem intencionado em explorar o personagem mais próximo de suas raízes no papel mas pena em decolar pela aridez de sua produção.

Trocando em miúdos, o orçamento não tem bang para bancar o espetáculo visual do cinema de ação e aventura modernos, e tampouco o texto traz a intensidade e o medo que o classificariam confortavelmente como filme de terror. O meio termo da “guerrilha” pode soar bonito para alguns entusiastas, mas tenho certeza que, em algum ponto, os produtores de “Superman IV” e “RoboCop 3” pensaram na mesma desculpa.

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