Para seu 18º aniversário em março, “Jacky Dejo”, uma snowboarder, modelo de biquíni e influenciadora infantil que se tornou empreendedora de mídias sociais, comemorou na ilha isolada de Dominica.
No Instagram, ela apareceu em trajes de banho com tiras, numa praia de areia preta e flutuando em um riacho na selva.
Seus fãs —milhares de homens a seguiam desde a adolescência enquanto ela postava e vendia fotos — desejaram-lhe felicidades e aguardavam ansiosamente seu próximo passo online como adulta.
“Feliz aniversário”, escreveu um em francês. “Mal posso esperar para te ver sem nenhuma roupa.”
Nascida dois anos após o lançamento do Facebook, ela pertence à primeira geração a crescer com as redes sociais e a economia de criadores multibilionária que está redefinindo a adolescência para as meninas.
Cidadã holandesa —seu nome verdadeiro é Jacquelina de Jong— ela viveu em mais de meia dúzia de países e aprende idiomas com facilidade. Mas ela se sente igualmente em casa na internet, onde construiu uma base de fãs global dominada por homens americanos. Aos 16 anos, com o consentimento dos pais, ela estava ganhando mais de US$ 50.000 em alguns meses, cobrando pelo acesso a suas postagens e imagens online.
Quando o The New York Times começou a investigar a cultura das influenciadoras menores de idade há mais de um ano, Jacky Dejo —ou simplesmente Jacky, como é amplamente conhecida por seus seguidores na internet— rapidamente emergiu como uma figura proeminente e enigmática.
Ainda menor de idade, ela postava imagens provocantes de si mesma no Instagram e tinha sua própria plataforma de venda de fotos. Todos no mundo em constante crescimento das influenciadoras infantis pareciam saber sobre ela —mães que gerenciavam as contas de Instagram de suas filhas menores, homens que seguiam as meninas em várias plataformas e paladinos contra a exploração infantil que condenavam tudo isso.
Para entender melhor o estilo de vida atraente e às vezes perigoso que tantas dessas meninas aspiram alcançar, o Times pediu a Jacky que compartilhasse sua história. Sua experiência dificilmente é a de uma típica garota americana por muitas razões, incluindo a independência e as aventuras internacionais de Jacky. Mas ilustra em detalhes raros os perigos enfrentados por influenciadoras infantis em todo o mundo e como a adolescência de muitas meninas está sendo moldada por plataformas que valorizam —e monetizam— a atenção de homens que têm interesse sexual em menores.
Jacky concordou em falar, e seu pai disse que ele e sua mãe não tinham objeções. (Desde os 16 anos, ela foi legalmente emancipada sob a lei holandesa, mas seu pai, em particular, continua sendo uma presença regular em sua vida.) O que se seguiu foram meses de conversas em inglês no Telegram e no Zoom, e uma visita da reportagem a St. Maarten, no Caribe, onde ela mora.
Mais de uma década online tornou Jacky desconfiada e cínica. Ela pode ser reflexiva e sutil, mas também pode exibir a bravata e a autoconfiança de uma adolescente. Ela condena a exploração infantil online, culpando tanto os pais quanto os homens lascivos, mas proclama orgulhosamente que virou o olhar masculino sempre presente na web a seu favor.
À medida que ela conta sua experiência, torna-se aparente quanto tempo foi gasto afastando pedófilos, superando golpistas e perdendo a inocência da infância.
“Se um psicopata chantageia uma garota de biquíni”, afirmou ela em uma troca de ideias um tanto contenciosa sobre os riscos de postar fotos sexualizadas, “não acho que o biquíni seja o problema aqui”.
Tudo começou de forma inofensiva em 2012, quando ela tinha 6 anos e sua mãe e seu pai lançaram uma conta no Facebook gerida pelos pais para compartilhar sua habilidade no snowboard. Quando ela tinha 8 anos, eles adicionaram uma conta no Instagram, onde destacavam equipamentos gratuitos que ela recebia de marcas como Adidas e Nitro Snowboards. Eles também postavam fotos dela surfando e andando de skate, duas outras atividades favoritas.
À medida que ela se aproximava da adolescência, começou a atrair atenção inadequada de homens online. Ela foi protegida do pior disso, como quando seus pais deletaram fotos que homens enviaram de suas genitalias. Mas os riscos nesse novo mundo ao qual a haviam introduzido aumentaram depois que ela completou 13 anos e começou a promover uma marca de moda praia.
Quando tinha 15 anos, ela e seu pai disseram, alguém roubou seu telefone e postou suas imagens privadas, incluindo fotos nuas que ela mesma havia tirado. Não muito tempo depois, um homem começou a recrutá-la para uma plataforma onde as pessoas gastavam regularmente de US$ 10 a US$ 100 em fotos de meninas menores de idade, muitas vezes em roupas reveladoras.
Jacky estava disposta, mas descreve a experiência como uma introdução dura a uma indústria online predatória na qual meninas são aliciadas por homens e muitas vezes incentivadas por seus pais. Foi também seu primeiro gosto de verdadeira independência financeira: logo após terminar seus estudos, ela e seu pai disseram, seus ganhos já haviam ultrapassado US$ 800.000. Ela se recusou a compartilhar seus registros financeiros completos, mas outros na indústria descreveram a cifra como plausível.
Depois que completou 16 anos, ela procurou ganhar mais dinheiro recrutando adolescentes para sua própria plataforma, que descreve como uma alternativa “gerida por meninas” para aquelas com 15 anos ou mais. Jacky primeiro aconselha elas e seus pais sobre os perigos de seu público-alvo: homens sexualmente atraídos por elas. Para quase todas as meninas, o modelo de negócios é vender imagens provocantes que não envolvem nudez explícita, embora o site tenha testado os limites da lei.
“Eu meio que tento dar a todos a oportunidade de fazer o que eu fiz”, disse ela. Mas, acrescentou, “eles têm que entender que isso pode afetar coisas na vida”.
Gerenciar seu próprio site para meninas trouxe riscos reputacionais. Algumas personalidades das redes sociais conhecidas por se manifestarem contra a exploração infantil especulam que ela é uma fachada para um pedófilo ou que está sendo explorada por seus pais. Alguns não acreditam que seu telefone foi roubado e dizem que ela vendeu as imagens explícitas por conta própria. O Times não encontrou evidências para essas alegações. Jacky, que foi veemente ao negá-las e denunciar aqueles por trás delas, compartilhou documentação tanto refutando seus críticos quanto mostrando que algumas das acusações foram espalhadas por homens que a assediaram online.
Em um canal do Telegram com seus fãs no início do ano passado, ela postou sarcasticamente conversas que teve com Seara Adair, uma ativista contra a exploração proeminente no TikTok que implorou para que ela parasse de vender fotos sugestivas.
“Por qualquer razão, você se dessensibilizou para o que está fazendo. E estou honestamente triste por você”, escreveu Adair. “Espero que você não se machuque. Espero que um dia veja claramente.”
Escrevendo no Telegram no ano passado, Jacky descartou Adair como uma “odiadora de corpos” e frequentemente a criticava. Seus seguidores masculinos a incentivavam e sugeriam que Adair e outros críticos só ficariam satisfeitos quando “mulheres e meninas se cobrirem da cabeça aos pés”.
Como parte de sua investigação sobre o ecossistema de influenciadores infantis, o Times examinou no início deste ano milhares de contas públicas do Instagram geridas por adultos para suas filhas jovens, bem como os algoritmos que desempenham um papel em destacar imagens de crianças para homens que têm interesse sexual nelas.
A história de Jacky oferece uma visão do que pode acontecer a seguir, quando meninas ou suas famílias cultivam relacionamentos diretamente com admiradores online solicitando dinheiro ou cobrando por fotos, seja por conta própria ou através de sites.
Ela reconheceu em conversas que a economia de criadores tornou mais fácil para predadores alvejarem meninas, muitas vezes com poucos recursos, mas ela faz pouca distinção entre homens que a incomodam online e aqueles em sua vida diária —exceto que o abuso online vem com recompensas financeiras.
Sua atitude, disseram estudiosos feministas, é comum entre mulheres que trabalham na indústria do sexo: cobrar dos homens lhes dá estabilidade financeira e a sensação de que estão assumindo o controle em uma sociedade que as objetifica independentemente de suas escolhas.
Jacky não acredita que estará na indústria para sempre, tendo feito investimentos em imóveis e outros empreendimentos. Ela fala com conhecimento sobre as vantagens fiscais de administrar seus negócios de St. Maarten, um país autônomo dentro do Reino dos Países Baixos.
Mas no dia seguinte ao seu aniversário de 18 anos, seu plano de ação não havia mudado. Ela encantou seus seguidores online ao se juntar ao site adulto OnlyFans e, logo depois, ao Playboy.com.
“Estou feliz”, disse ela, observando que possui um barco e um apartamento e tem bastante dinheiro para se manter ativa no circuito internacional de snowboard. “Não dá para superar isso.”
Em muitos aspectos, Jacky se parece com seu pai, Jacques de Jong, um holandês autoconfiante e viajante do mundo que fez seu dinheiro principalmente através do comércio duty-free.
Foi o robusto e barbudo De Jong, ele próprio um snowboarder, quem a introduziu ao esporte aos 3 anos, e ela disse que começou porque o idolatrava. Ela era ousada para sua idade e, em poucos anos, estava vencendo competições juniores.
De Jong disse que ele e a mãe de Jacky inicialmente a colocaram online como uma extensão natural de sua carreira atlética, dado que ela era regularmente fotografada em eventos e ganhava atenção da mídia por conta própria.
“Ver ela sorrindo, é a melhor coisa”, disse ele a uma estação de televisão norueguesa que perfilou Jacky quando ela tinha 8 anos. Dois anos depois, ela era a campeã holandesa de snowboard feminino em halfpipe e big air.
De Jong disse que ensinaram Jacky desde cedo a ter cuidado online. Ele lembrou de uma vez em que “algum cara fingindo ser uma mulher” a enviou mensagens. De Jong a instruiu a manter a conversa para ensiná-la a identificar predadores.
Quando a pessoa começou a escrever de forma incisiva e elogiosa sobre sua aparência, De Jong disse que era improvável que qualquer mulher falasse assim com uma menina jovem.
Seus pais se separaram antes que ela completasse 10 anos e, como ela explica, decidiram que sua personalidade a tornava mais adequada para viver principalmente com seu pai. Jacky e seu pai disseram que sua mãe, informada sobre este artigo, recusou-se a ser entrevistada.
A jovem Jacky e seu pai se mudaram repetidamente. Ela viveu no Canadá, Indonésia e Andorra, na fronteira entre a Espanha e a França. Desde a adolescência, seus pais permitiram que ela viajasse sozinha para competir em eventos de snowboard, desde que compensasse qualquer trabalho escolar.
Jacky foi criada com o que ela descreve como uma sensibilidade europeia para se sentir confortável com seu corpo, e passou anos surfando de biquíni em lugares como Bali. Marcas de roupas e esportes frequentemente lhe enviavam produtos gratuitos na esperança de que ela os promovesse.
Por isso, pareceu inofensivo, disse ela, quando aos 13 anos, uma marca de moda praia juvenil, Chance Loves, ofereceu colaborar com ela nas redes sociais após ela contatar a empresa e elogiar seus trajes de banho. A marca a destacou em seu site e enviou-lhe biquínis, que ela exibiu em fotos postadas no Instagram.
A proprietária, Anna Goddard, disse que “Chance” era um apelido para sua filha e que os trajes de banho e fotos da marca eram apropriados para a idade. A empresa tem focado menos nas redes sociais ao longo dos anos “porque entendemos os perigos que isso pode trazer”, disse ela.
Os pais de Jacky apoiaram na época, mas olhando para trás, seu pai expressou preocupações. Se pudesse fazer tudo de novo, ele disse que diria para ela esperar “um pouco mais” porque as fotos atraíram pedófilos.
“Eu honestamente não sabia que era tão ruim”, disse ele, referindo-se à presença de pedófilos no Instagram. “Eu não vejo nada de atraente em uma menina de 13 anos de biquíni, mas aparentemente outros veem.”
Alguns meses após assinar com a Chance Loves, Jacky estava recebendo pedidos de fotógrafos e marcas de roupas obscuras que lhe enviavam trajes de banho e roupas atléticas justas.
Jacky disse que não sabia se o roubo de suas imagens nuas foi uma coincidência ou se estava relacionado à sua crescente popularidade online. Seu telefone foi roubado em Barcelona, na Espanha, em um local de skate, ela contou —um relato confirmado por um amigo skatista que contatou o jornal quando os repórteres pediram a Jacky uma confirmação.
Alguém então a contatou, ameaçando publicar suas imagens a menos que ela enviasse mais conteúdo ilegal, uma exigência à qual ela não cedeu.
Sua família registrou um boletim de ocorrência e conversou com a polícia na Espanha, ela e seu pai disseram, mas nada resultou disso. Quando o chantagista postou as fotos, ela ficou inicialmente abalada. Ela não tinha vergonha do material, disse, mas era destinado ao uso privado.
Logo ela elaborou um plano para reagir.
Mergulhando de cabeça nos recantos sombrios da internet, Jacky decidiu que havia dois tipos de homens online: aqueles que eram úteis para ela e aqueles que ela precisava destruir.
Os homens que compartilhavam suas fotos nuas se encaixavam na segunda categoria.
Para detê-los, ela identificou as pessoas por trás das postagens. Ela atribuiu seu sucesso a ser “persistente por natureza” e “muito boa na internet”. Ela também construiu uma rede de informantes improváveis —homens que passam tempo em grupos de pedofilia.
“Você ficaria surpreso com a rapidez com que algumas pessoas param quando você descobre quem elas são e liga para suas esposas ou chefes para explicar o que estão fazendo”, disse ela.
Sua cruzada rapidamente lhe rendeu a reputação de alguém difícil de intimidar, mas não levou à sua saída desse mundo. Pouco depois de seu telefone ser roubado, Jacky recebeu uma oferta lucrativa de um homem que dirigia uma nova plataforma de influenciadores, SelectSets, que postava imagens de jovens mulheres e meninas, algumas vestidas de forma provocante.
A princípio, ela e seu pai pensaram que o homem, um americano chamado James Lidestri, estava aplicando um golpe. Mas quando ele garantiu a ela US$ 10.000 por mês para começar, ela disse, eles prestaram atenção.
Aos 15 anos, seus pais disseram a ela, ela era madura o suficiente para tomar sua própria decisão. Ela anunciou seu novo empreendimento com uma foto no Instagram dela montada em uma motocicleta usando um biquíni fio dental. Sua maquiagem discreta e penteado natural a faziam parecer muito uma adolescente, e seu público reagiu positivamente.
Refletindo sobre tudo, Jacky disse que agora vê uma conexão entre os momentos sexualizados em sua vida online, começando com os homens que atraiu quando tinha 13 anos e posava de roupa de banho. Ela especula que os “compradores pervertidos” que viram suas fotos roubadas tiveram um papel em seu recrutamento para o SelectSets, embora não tenha evidências disso.
Contactado pelo Times, Lidestri, que havia gerenciado sites de fotografia, disse que soube de Jacky pela primeira vez através de um fotógrafo em 2021. Ele afirmou ser um empreendedor de tecnologia, não mais no ramo da fotografia, e que forneceu informações às autoridades sobre “pessoas que não estavam jogando pelas regras.”
Quando monitora fóruns online em busca de suas fotos, Jacky frequentemente encontra material de abuso sexual infantil, que ela reporta às autoridades. Algumas mães de crianças influenciadoras também pediram sua ajuda para rastrear predadores ou assediadores online.
“No final do dia, não é realmente meu trabalho fazer isso,” ela disse. “Deveria ser a polícia lá, não eu.”
Em sua primeira interação com o Times no ano passado, ela entrou em contato pelo aplicativo de mensagens Telegram para denunciar um homem que estava ameaçando meninas como ela no Instagram. Ao longo do último ano, ela compartilhou outros casos de abuso, incluindo grupos que abertamente postavam e vendiam conteúdo envolvendo extorsão sexual de crianças, e um homem que postou um de seus vídeos roubados na tentativa de chamar sua atenção após ela bloqueá-lo no Telegram.
Separadamente, em maio de 2023, ela enviou uma denúncia ao FBI reclamando de um homem na Carolina do Norte que, segundo ela, a havia assediado e postado imagens sexualmente explícitas de crianças. Mais de um ano depois, o homem foi acusado de posse de material de abuso sexual infantil, mas apenas depois que uma empresa de tecnologia sinalizou sua conta.
A experiência a frustrou. “Somos confrontadas diariamente com psicopatas,” ela disse sobre as meninas nas redes sociais, “e ninguém se importa”.
Jacky se tornou ambivalente em relação aos homens que compram suas fotos em suas várias plataformas, mas ainda assim vê o benefício. No caso de seu próprio site, os compradores —a maioria deles dos Estados Unidos e da Índia, segundo ela— pagaram cerca de US$ 75 por um pacote de fotos, que são frequentemente provocantes, mas não incluem nudez, e cerca de US$ 11 mensais para ver o que está disponível para venda.
Outras meninas e pais “tentam fingir” que muitos de seus clientes são mulheres, ela disse, ou homens sem interesse sexual nelas. “Eu não sou burra,” ela afirmou.
Seus clientes mais confiáveis moderam seus canais no Telegram, respondendo a perguntas de outros homens e até bloqueando aqueles que são desrespeitosos. Eles frequentemente se referem a ela admiravelmente como “Rainha Jacky.”
No seu auge, a SelectSets estava rendendo a Jacky dezenas de milhares de dólares por mês, disse ela, então foi uma surpresa para ela quando Lidestri decidiu encerrar tudo no verão de 2022.
Ele ofereceu vender o negócio para ela, mas o acordo não deu certo, e ela decidiu começar algo por conta própria. Registros de St. Maarten mostram que o pai de Jacky assinou documentos em 2022 para ajudá-la a lançar um site, MyInfluencer.Academy. Ela tinha 16 anos.
Sentada em um sofá em seu apartamento, vestindo uma camiseta, ela explicou despreocupadamente como foi simples construir um mercado online de fotos para adolescentes.
Sua busca por um desenvolvedor começou no Google, onde encontrou o Upwork.com, uma plataforma online para trabalho por contrato. Ela contratou um homem no Vietnã com boas avaliações; ele construiu o site adaptando o modelo da SelectSets. Em seguida, ela pagou um advogado para revisar suas políticas de conteúdo.
Ela persuadiu algumas garotas da SelectSets a se juntarem e recrutou no Instagram e Patreon. Ela até aceitou sugestões de homens em um canal do Telegram.
“MIA é o lugar para estar, somos 100% LEGAIS, mas não nos deixamos ser pressionados por haters/wokies/e o que for,” ela postou, usando as iniciais do seu site.
Em sua busca para tornar o site seguro, ela buscou conselhos de várias pessoas experientes, incluindo um fotógrafo, James Grady, que gerenciou sites de adolescentes provocantes e adultos nus. Em 2002, ele foi acusado no Colorado de 886 acusações de exploração infantil, mas foi considerado inocente por um júri.
Em uma entrevista, Grady disse que Jacky parecia “determinada e ambiciosa” quando conversaram.
Os dois discutiram como prevenir a pirataria de imagens, uma grande preocupação para Jacky desde que suas fotos nuas foram roubadas. Grady disse que ela parecia particularmente determinada a perseguir os maus atores. “Ela gosta de cutucar o urso,” ele disse.
Seu maior desafio, no entanto, tem sido gerenciar pagamentos. Ela começou com o Stripe, um processador de cartão de crédito que mais tarde a dispensou por violar seus padrões de conteúdo, algo que Jacky negou. No Telegram, ela culpou Adair por causar problemas.
“Não se esqueçam de spammar essa vadia que tem tentado estragar a diversão para vocês!” Jacky escreveu. “Vai ser muito divertido destruí-la e suas amigas psicopatas justiceiras sociais.”
Em uma entrevista, Adair reconheceu ter contatado o Stripe e não se desculpou. “Não consigo imaginar em que nível ela foi manipulada,” disse Adair, que foi abusada sexualmente por seu padrasto quando criança, “para sentir que é isso que ela tem que ser”.
Jacky disse que apoiava os esforços de Adair contra o abuso sexual infantil, mas acreditava que não era uma vítima e que Adair a visava injustamente com base em rumores falsos. “Senti que ela estava perdendo muito tempo comigo quando poderia estar olhando para outras pessoas e realmente fazendo o bem,” ela disse.
Como a maioria dos novos negócios, o site de Jacky tem lutado para se firmar.
Além de Jacky, houve nove pessoas que postaram conteúdo nos últimos meses, incluindo três meninas menores de idade e um de seus amigos do sexo masculino, que compartilhou conteúdo de skate não relacionado. Jacky, que fica com 20% do valor, disse que no seu auge, o site faturou cerca de US$ 100.000 por mês, mas durante grande parte do tempo, ela apenas empatou.
Ultimamente, a maioria das meninas tem postado apenas esporadicamente, disse ela, e a própria Jacky tem se concentrado no OnlyFans. No mês passado, ela anunciou que planejava fechar o site.
Ela nunca permitiu nudez ou imagens que focassem em genitais. Ainda assim, o conteúdo é quase sempre sexual, e ela aconselha as meninas que buscam se promover a irem para o Telegram, onde homens compartilham abertamente fantasias sexuais sobre menores.
Quedas são inevitáveis em uma corda bamba legal e moral como essa. Quando uma garota postou conteúdo explícito, Jacky o removeu, disse ela, mas não antes que um chantagista obtivesse as imagens e as enviasse para a escola da garota.
O Times criou uma conta para visualizar as fotos à venda. Um conjunto mostrava uma jovem de 17 anos puxando a parte de baixo do biquíni tão apertado que o Times, preocupado que pudesse ser ilegal, relatou às autoridades como seria exigido pela lei dos EUA para o que é comumente conhecido como pornografia infantil. Separadamente, o centro de proteção infantil canadense revisou imagens do site que foram compartilhadas no Telegram e descobriu que uma de Jacky, antes de ela completar 18 anos, pode ter infringido a lei.
Jacky disse que não acreditava que as imagens ultrapassassem o limite e que seus advogados haviam aprovado as diretrizes gerais do site.
Em uma semana típica, Jacky faz uma ou duas sessões de fotos com uma amiga em seu apartamento ou na praia, usando sua própria câmera; ela não confia em fotógrafos profissionais. Depois, passa algumas horas editando e postando fotos, e mais algumas interagindo com os fãs.
Durante o almoço em um restaurante à beira-mar, ela discutiu sua transição para a pornografia adulta.
Sua bolsa preta apresenta um logotipo dourado da Playboy, um dos benefícios de seu trabalho como influenciadora da marca desde os 16 anos.
A Playboy a recrutou inicialmente como modelo não-nua no Instagram e em seu próprio site. Mas a empresa posteriormente a removeu do site, explicando que a plataforma seria apenas para adultos, disse Jacky. Ela voltou ao site logo após seu 18º aniversário este ano. A Playboy não respondeu a um pedido de comentário.
Agora, ela cobra a partir de US$ 5 por mês na Playboy e US$ 10 por mês no OnlyFans por imagens nuas, bem como fotos em roupas provocantes.
“Sou holandesa, e sempre tivemos uma abordagem muito aberta para coisas como o trabalho sexual,” disse ela, preferindo seu steak tartare às batatas fritas. “Honestamente, o que estou fazendo é bem tranquilo.”
De Jong, que também mora em St. Maarten e geralmente vê Jacky algumas vezes por semana, disse que se sentia consolado pelo fato de sua filha ter uma reserva financeira e o conhecimento empresarial para ter sucesso, onde quer que o futuro a leve.
“Não estou preocupado com ela”, disse ele. “Ela sabe como sobreviver.”