dubladoras trocam o exagero do teatro pela sutileza do cinema – Zonatti Apps

dubladoras trocam o exagero do teatro pela sutileza do cinema

Em “Wicked”, o musical, também inspirado no livro “Wicked: A História Não Contada das Bruxas de Oz”, de Gregory Maguire, descobrimos a origem da Bruxa Má e porque a incompreendida Elphaba, uma rebelde de bom coração e personalidade forte, se tornou o símbolo do mal, que merece ser isolada e morrer sozinha”.

No espetáculo criado em 2003 por Stephen Schwartz e Winnie Holzman, entendemos também que Glinda, de tão obcecada por ser boa, aceita e amada, pode não ser tão abnegada e amável assim. As nuances ganham força na jornada das duas personagens, principalmente, claro, a de Elphaba que, muito mais que a gravidade, desafia a lógica vigente e o poder de Oz (no filme, vivido com maestria por Jeff Goldblum) e a da grande mentora da Universidade de Shiz, Madame Morrible (Michelle Yeoh, que já havia vivido uma quase bruxa má em “Podres de Ricos”, sua primeira parceria com John M. Cho).

No filme “Wicked” que chega agora aos cinemas, Cynthia Erivo vive Elphaba e Ariana Grande é Glinda. Duas escolhas perfeitas, pois as duas dão às personagens não somente suas vozes e fisicalidade, mas as personalidades divertidas e repletas de nuances. Na versão brasileira, Cynthia ganha a voz de Myra e Ariana, a de Fabi. É uma camada a mais nas tantas nuances das personagens, que vai certamente agradar em cheio o público brasileiro que lotou os teatros e fez com que a versão musical de “Wicked” fosse conhecida até na Broadway.

Elphaba (Myra Ruiz) e Gilda (Fabi Bang), protagonistas de ‘Wicked’ Imagem: Jairo Goldflus/Divulgação

“Senti que criamos uma certa conexão consciente com Cynthia e Ariana. [Na dublagem], a gente vê a tela grandona na nossa cara e tem que falar e fazer mais ou menos o que ela fez de emoção. Mas eu também me emociono, tanto por vê-la quanto por saber o que ela está sentindo. É o que sinto ao fazer a personagem no teatro. É de outra forma no cinema, mas eu sei o que ela está sentindo”, diz Myra Ruiz em entrevista para Splash.

“Essa parte mais íntima fez com que nos aprofundássemos ainda mais na nossa relação com essas personagens. Foi uma conexão muito especial com a Ariana e com a Cynthia. A gente até brinca porque, apesar disso, elas não têm a menor ideia de que a gente existe”, completa Myra. “Sentimos como se fosse um grupo de WhatsApp”, brinca Fabi.

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