A principal faixa do 5G entrou em operação na cidade de São Paulo nesta quinta-feira (4). É ela que comporta o “standalone” (autossuficiente, em inglês) ou SA, também conhecido como a versão “pura” da quinta geração de internet móvel.
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Além dela, é possível se conectar ao 5G nas versões “non-standalone” (NSA), que usa parte da infraestrutura do 4G. Há ainda o “DSS” (Compartilhamento Dinâmico de Espectro, na sigla em inglês), que algumas operadoras chegaram a propagandear como “5G” desde 2020, mas que usa apenas a estrutura do 4G.
A novidade agora é a faixa de 3,5 GHz, que é considerada a principal “avenida” para circulação dos dados no 5G. Mas ela não está disponível para qualquer pessoa com um celular que suporte a rede. Em São Paulo, por exemplo, a cobertura do 5G será de 25% da área urbana, segundo o Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência (Gaispi).
Entenda o que muda com o 5G — Foto: Kayan Albertin/g1
5G ‘standalone’ e ‘non-standalone’
As versões SA e o NSA usam antenas e frequências dedicadas ao 5G, mas, no caso do segundo, há um compartilhamento do núcleo de rede usado no 4G.
O núcleo de rede é um conjunto de servidores responsável pelo processamento de dados que acontece após o celular se conectar a uma antena.
Ao usar um núcleo 4G na rede 5G, as operadoras aproveitam parte da infraestrutura que já existe para oferecer o sinal em um prazo mais curto. Essa estratégia faz o custo diminuir para as empresas e permite que o sinal seja compatível com mais aparelhos. Por isso, o 5G NSA ainda predomina no mundo.
Segundo a GSMA, que representa operadoras móveis em todo o mundo, 70 países ofereciam internet 5G em janeiro deste ano, mas apenas 16 tinham a versão SA.
Oferta de 5G no mundo em janeiro de 2022 — Foto: Arte g1/GSMA Intelligence
Oferta de 5G ‘puro’ (standalone ou SA) no mundo em janeiro de 2022 — Foto: Arte g1/GSMA Intelligence
Para as pessoas comuns, o 5G NSA oferece praticamente as mesmas vantagens no celular que o SA em termos de velocidade de conexão, diz Eduardo Tude, presidente da Teleco, empresa de consultoria em telecomunicações.
“Nos dois tipos de 5G, o equipamento que vai na antena de celular e que dá essa velocidade muito mais alta é o mesmo. Hoje, para o usuário é indiferente”, explica.
A grande vantagem do SA sobre o NSA está na latência, que é o tempo mínimo de resposta entre um aparelho e os servidores de internet – aquele “delay” que acontece em ligações em vídeo, por exemplo.
Com a chamada latência “ultrabaixa”, perto de zero, o 5G SA poderá realizar, futuramente, quando sua estrutura for ampliada, a tal revolução prometida pelo 5G.
O 5G SA e o 5G NSA dão a possibilidade de baixar e enviar dados mais rápido inclusive que a conexão DSS, vendida desde 2020 por algumas operadoras com sendo “5G”.
O DSS é uma técnica de compartilhamento de frequências que parte do espectro do 4G para oferecer mais de velocidade, ainda que não seja alcançado todo o potencial do 5G. No primeiro trimestre de 2022, o 5G DSS registrou 51,7 Mbps (megabits por segundo) contra 21,6 Mbps do 4G, segundo relatório do OpenSignal.
A expectativa é de que o 5G SA e o 5G NSA cheguem à velocidades entre 1 e 10 Gbps. Mas tudo pode variar conforme a região, a operadora e até mesmo o horário em que uma pessoa acessa a rede.
G1 Explica: a revolução do 5G